Encontro da CTB-RS consolida sua estratégia de comunicação no estado

Na abertura do 1º Encontro de Comunicação CTB-RS – “Uma comunicação estratégica para a luta dos trabalhadores”, realizada na última sexta-feira (22), no auditório da FECOSUL, por iniciativa do Secretário de Comunicação da CTB-RS, Henrique Silva, o presidente Guiomar Vidor destacou que a CTB tem pensado a comunicação estrategicamente e conseguido colocar a opinião dos trabalhadores mesmo com as dificuldades de acesso e espaço na mídia.

 
“Se não atuarmos de uma forma adequada, podemos ser derrotados na batalha fundamental pela valorização do Salário Mínimo Regional porque os empresários virão em avalanche visando dificultar a aprovação do projeto do governo que concedeu 12,72% para 2014”, advertiu o presidente da CTB.
 
Guiomar ressaltou uma questão. “Se hoje a CTB consegue obter destaque e reconhecimento na grande mídia, isso se deve a vários fatores. Não basta ter uma comunicação maravilhosa se você não tiver uma grande ação sindical”.
 
“Se não tivesse uma mídia capacitada, a CTB não teria divulgado as suas ações. Mas a CTB só apareceu porque esteve presente nos atos relevantes, como na Luta das Mulheres e nos grandes movimentos, entre eles o Fórum Social Mundial, a Marcha contra a Desindustrialização e em defesa da valorização do Salário Mínimo Regional. Em todas essas atividades a CTB teve uma presença marcante e facilitou a divulgação nos meios de comunicação porque eles começaram a nos enxergar”.
 
“O investimento em comunicação potencializa a divulgação dos fatos, mas nós temos que nos convencer que a comunicação está entrelaçada com a ação sindical. Nós temos que ressaltar também que a militância aguerrida da CTB é que tem conseguido destaque, independentemente do papel estratégico elaborado pela comunicação”, analisou o presidente da CTB-RS.
 
Ao saudar a iniciativa da Secretaria de Comunicação da CTB-RS, Guiomar incentivou os sindicatos para que invistam mais em comunicação “porque faz parte dessa luta cotidiana que nós queremos para consolidar os sindicatos como instrumento de luta para as transformações sociais que nós queremos para nosso Estado e nosso país”.
 
“É preciso consolidar a comunicação”
 
O Secretário de Comunicação da CTB-RS e vereador de Caxias do Sul, Henrique Silva, considerou que esse encontro foi o pontapé inicial na organização da comunicação da CTB do Rio Grande do Sul. “Não que ela não exista, a CTB tem desenvolvido um grande trabalho na área da comunicação, mas nós consideramos que a CTB do Estado, assim como a CTB nacional, tem crescido e está se consolidando”.
 
“A comunicação faz parte desse processo de consolidação porque ela é a vitrine da CTB e nós precisamos cuidar de como nós nos apresentamos e como nos comunicamos, seja entre as entidades filiadas à CTB ou externamente através da divulgação da nossa atuação sindical. A ideia é reconhecermos o que já temos de trabalho no Rio Grande do Sul e quebrar o paradigma muito grande que é tratar a comunicação, tanto estadual quanto nacional, como um investimento e não como gasto. Tenho certeza de que ao final desse encontro teremos um olhar diferenciado para a importância da comunicação sindical no Rio Grande do Sul e para isso a CTB nacional tem uma grande contribuição para nós”, destacou Henrique Silva.

Uma visão sobre a Comunicação Sindical
 
O jornalista Clomar Porto palestrou sobre o tema “Comunicação Sindical”. No campo da comunicação social se nós não somarmos experiências e se não buscarmos criar uma estrutura de rede colaborativa vamos ter muita dificuldade de avançar, principalmente porque ela é uma área que exige investimentos e acúmulo de conhecimento, disse.
 
 “Na semana em que o governo encaminhou o projeto do Salário Mínimo Regional para 2014, constatamos que a CTB se tornou a principal protagonista da luta pela valorização do Salário Mínimo Regional no Rio Grande do Sul, a principal luta dos trabalhadores gaúchos no momento atual ou nos últimos anos, como se constatou na quantidade de matérias publicadas, tendo o presidente Guiomar Vidor como porta-voz dessa luta”.
 
Essa construção tem outro alicerce, segundo Clomar, que foi a criação da campanha criada há três anos pela CTB, cujo mote era: “Salário Mínimo Regional Valorizado: TODOS GANHAM”. A campanha foi desmembrada em várias peças desde o primeiro ano, seja em outdoors, propaganda nas emissoras de rádio de massa do Estado, na edição de alguns jornais tratando do tema, em matérias para sites e demais veículos, lembrou.
 
A CTB teve uma campanha nítida e clara que partiu do pressuposto de que todos ganham com a valorização do Salário Mínimo Regional, tanto que até os empresários tiveram dificuldade de contestá-la. O argumento deles de que o aumento do Mínimo Regional iria gerar desemprego é desmentido pela própria manchete da capa do jornal Zero Hora desta sexta-feira (22/11): “Emprego em alta no Estado”, corroborado pela informação: “A desocupação cai a 3% na Capital, a menor em 11 anos, e aumentam as vagas com carteira assinada no Rio Grande do Sul”, que o próprio jornal assinalou como um resultado histórico.
 
A luta pela democratização da mídia é do maior interesse dos trabalhadores, os maiores interessados na democratização da mídia, que quase nunca trata dos interesses dos trabalhadores. Ao contrário. Quando há uma greve, qual o enfoque da mídia? O incômodo que causa, os baderneiros dos sindicatos, a BR que foi interrompida. E nunca trata da essência da discussão: por que essa greve, em geral o último recurso da classe trabalhadora? Quais as reivindicações? Essa abordagem do conflito entre capital x trabalho praticamente nunca aparece na mídia. “Os sindicatos precisam usar todos os meios disponíveis, tanto quanto possível, como sites agregadores de conteúdo, que precisam ser muito bem integrados porque hoje os jovens estão se comunicando via redes sociais. É preciso atuar com força nesse meio”.
 
Clomar considera fundamental que sejam feitas pesquisas quantitativas e qualitativas. “Elas nos trazem elementos importantes para entender o que as pessoas pensam, quais os seus anseios e como enxergam o sindicato”. Ele destacou a importância das campanhas. “As campanhas salariais são muito importantes porque é o momento em que o trabalhador fica mais atento ao sindicato”.
 
“É fundamental montar um discurso muito bem resolvido em forma e conteúdo. Para isso é preciso primeiro criar um slogan ou uma mensagem que seja assimilada pelos trabalhadores e por toda sociedade para que ela fique do nosso lado. Por exemplo: O novo projeto nacional de desenvolvimento com valorização do trabalho. É possível criar muitos conteúdos nesse sentido”, projetou.
 
Na sequência do “1º Encontro de Comunicação CTB-RS”, o web designer da CTB nacional, Láldert Castelo Branco, mostrou como utilizar as ferramentas disponíveis no Portal CTB.

Raimunda Gomes e o desafio da nova comunicação
 
“Para nós uma satisfação saber que os estados estão antenados para a necessidade de ampliar a discussão sobre a importância de se investir em comunicação”, assinalou a Secretária Nacional de Imprensa e Comunicação da CTB, Raimunda Gomes. “Sabemos que a comunicação, dos dois últimos anos para cá, ganhou maior dimensão no movimento sindical. Hoje, toda essa luta que travamos em torno da democratização dos meios de comunicação e pelo marco civil da internet, despertou em nós a necessidade de olharmos a comunicação de maneira muito mais estratégica do que antes” enfatizou. “Os instrumentos tradicionais estão massificando diuturnamente na cabeça dos trabalhadores, da juventude, de todos enfim, as informações que lhes interessam. Por isso os instrumentos populares e alternativos precisam ser incluídos por nós no processo de comunicação sindical”.

doquinha ctbrs 
“Nós vivenciamos no final de outubro a tentativa de votação do marco civil da internet. Não vingou, mas está ali para ser votado. E o movimento sindical não acordou para a importância do marco civil da internet. Com a emenda proposta, que retira conteúdo da rede, a gente perde a liberdade e a privacidade”, alertou.
 
A Secretária da Comunicação da CTB afirmou que ainda não entendemos a importância que é o governo ter uma emissora de televisão forte, capaz de disputar a programação com as grandes emissoras. “Quem assiste a TV Brasil? A programação dela não é atrativa para o conjunto da sociedade. O governo precisa entender que é necessário fazer essa disputa dos espaços da comunicação brasileira para a gente possa sair desse quadrado em que nos encontramos no qual apenas cinco famílias dominam a comunicação no Brasil, tanto na mídia eletrônica como na impressa”, criticou.
 
O outro objetivo é disponibilizar o acesso cultural aos trabalhadores pelas vias alternativas. “Vamos possibilitar à classe operária o acesso aos temas culturais, com o nosso olhar, a fim de disputar o nosso ponto de vista com a grande mídia. Vamos falar, vamos dar opinião. Se nós não tivermos essas iniciativas estaremos reproduzindo a ideologia burguesa, de quem somos contra”.
 
“Ideologia para construir uma nova hegemonia. Esse é o nosso papel e é o que nos propusemos a fazer quando assumimos essa tarefa árdua de tocar a comunicação. Mas para fazer comunicação a gente precisa da colaboração do conjunto. Ninguém faz comunicação sindical sozinho. Você cria uma equipe, monta um grupo, mas tem que ter habilidade para dialogar para além desse grupo e fazer o convencimento do conjunto de que é importante o investir na comunicação, que ainda não é assimilada pelo conjunto do movimento sindical como investimento. Para isso é necessário o convencimento e ele nem sempre é fácil ou possível no grupo em que estamos. É preciso paciência, ousadia, persistência para continuar nesse processo”, concluiu a Secretária Nacional de Imprensa e Comunicação da CTB.

Fonte: CTB-RS

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