CTB fortalece luta pela igualdade racial em SP

 “O movimento negro e o movimento sindical têm que levantar a bandeira contra a desigualdade social e racial no mercado de trabalho” expressou a secretária de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da CTB, Mônica Custódio, durante sua intervenção no ato político da 10ª Marcha da Consciência Negra, realizada nesta quarta-feira (20) em São Paulo. 

O dia ensolarado levou milhares de pessoas às ruas em mais um 20 de novembro – data que lembra a morte do líder do Quilombo dos Palmares, Zumbi –  apenas alguns municípios brasileiros adotaram este como o Dia da Consciência Negra. 

Diversas lideranças de movimentos negros, sindicais, sociais, parlamentares, participaram da concentração que começou por volta das 11 horas no vão livre do Masp (Museu de Arte de São Paulo) e seguiu em caminhada pela Avenida Paulista até o Vale do Anhangabaú, onde ocorreram as atividades culturais. Antes do ato político aconteceu o ato inter-religioso, onde representantes da Umbanda, Candomblé e do Catolicismo se pronunciaram, uma demonstração da tolerância religiosa, que acontece desde as primeiras versões da manifestação. 

Para o presidente da CTB, Adilson Araújo, que participou da marcha, este dia é um símbolo para a classe trabalhadora em consequência de um processo de resistência para enfrentar a luta no combate à intolerância e discriminação racial. “O trabalhador negro recebe 30% a menos do que o trabalhador branco, exercendo a mesma função, e quando se trata da mulher negra a situação ainda é muito pior. Penso que é muito oportuno fazer valer com que este dia possamos de forma unitária reunir os trabalhadores em torno deste objetivo que é fazer com que o mundo seja cada vez menos desigual e mais humano”, argumentou o cetebista. 

todos marcha

Durante a caminhada foram levantadas as principais reivindicações da população negra entre elas o combate ao genocídio da juventude na periferia foi uma das mais citadas pelos participantes. 

Neste sentido, o presidente da União de Negros pela Igualdade (Unegro), Edson França, destacou conquistas como a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial e a Lei de Cotas nas universidades, apesar de alertar que é preciso continuar na luta para que a iniciativa seja realmente efetivada, ele também fez questão de homenagear personalidades como o professor Eduardo de Oliveira e Sônia Leite “guerreiros do movimento negro no Brasil”, definiu Edson. 

Já o secretário municipal de Promoção da Igualdade Racial de São Paulo, Netinho de Paula, que foi saudar a marcha, ressaltou a unidade como fruto das conquistas “Vamos mostrar que os negros têm o que dizer”. 

adilson monica

Na avaliação de Mônica Custódio a abolição da escravatura resultou numa estrutura deficiente de opressão, de gênero, de classe e de raça, para ela a luta de classe é fundamental. “A CTB vem para a passeata dizer que a nossa luta é conjunta e vamos caminhar junto ao movimento social porque nossa bandeira não vai avançar se não estivermos juntos”, declarou. 

Por volta das 16h30 os manifestantes chegaram ao Vale do Anhangabaú, onde estava previsto um ato com a participação do prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, seguido por shows de diversos gêneros da música black. 

Érika Ceconi – Portal CTB

Acesse a galeria de imagens da 10ª Marcha da Consciência Negra

 

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