O Dia das Bruxas ou Halloween é comemorado nesta quinta-feira (31) nos Estdos Unidos e em outros países. De origem irlandesa, a festa caiu nas graças dos norte-americanos e se espalha pelo mundo. Para se contrapor a essa invasão das bruxas do Hemisfério Norte foi criada a Sociedade dos Observadores do Saci (Sosaci) e o 31 de outubro ficou estabelecido como o Dia do Saci, típico personagem da lenda brasileira.
A intenção de criar essa data não tem nada de xenofobia, explica Mário Cândido da Silva Filho, presidente da Sosaci. “Acreditamos que a vulnerabilidade da população brasileira ao assédio de outras culturas se deve à ignorância em relação à nossa cultura popular. Portanto, um de nossos principais objetivos é o envolvimento de crianças, adolescentes e professores na divulgação de nossa rica mitologia”, define. Segundo o sociólogo Robson Moreira o mito da lenda brasileira “traz a essência do nosso povo, como as tradições orais, a culinária, a alegria e a inventividade”.
A Sosaci surgiu em São Luiz do Paraitinga (SP), em 2003. Os defensores do mito brasileiro defendem projeto que tramita desde 2007 na Câmara dos Deputados para a efetivação do Dia Nacional do Saci. Porque acreditam que o personagem mitológico de uma perna só reúne as características da formação do povo brasileiro. Nasceu como lenda indígena, ganhou contornos africanos e europeus, onde reside sua força e penetração principalmente no meio rural. Reza a lenda que o Saci-Pererê nasceu com as duas pernas para defender as matas da agressão humana. Certo dia foi capturado e para fugir à prisão cortou uma das pernas.
Há também historiadores que apresentam a versão de que o saci era um menino escravo que cortou uma das pernas por preferir ser perneta livre que escravo com duas pernas. Ao certo somente as muitas travessuras e brincadeiras desse mito característico cultura popular brasileira.
Para Tio Barnabé, personagem do Sítio do Picapau Amarelo, de Monteiro Lobato (1882-1948), “o Saci é um diabinho de uma perna só que anda solto pelo mundo, armando reinações de toda sorte: azeda o leite, quebra as pontas das agulhas, esconde as tesourinhas de unha, embaraça os novelos de linha, faz o dedal das costureiras cair nos buracos, bota moscas na sopa, queima o feijão que está no fogo, gora os ovos das ninhadas (…) O saci não faz maldade grande, mas não há maldade pequenina que não faça”.
Muitos inclusive defendiam que o saci fosse transformado como símbolo da Copa do Mundo de 2014. Tese rejeitada por ele ser perneta, fumar cachimbo e usar uma toca vermelha. Características vistas como anti-esportivas.
Marcos Aurélio Ruy – Portal CTB
Assista Eu vi o Saci (Tema de 2006 do Saci Pererê do Sítio do Picapau Amarelo)
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