A presença de centenas de trabalhadores de todas as centrais sindicais do Rio Grande do Sul no ato da entrega do documento “Salário Mínimo Regional, Desenvolvimento e Distribuição de Renda”, lotou o Salão Negrinho do Pastoreio e animou o governador do Estado, Tarso Genro, que, em seu discurso, fez questão de citar nominalmente os presidentes das centrais sindicais presentes: Guiomar Vidor (CTB-RS), Claudir Nespolo (CUT), Marcelo Furtado (Força Sindical), Valter Souza (Nova Central), Daniel dos Santos (CGTB) e Sérgio Neves (UGT).
O governador Tarso cumprimentou as centrais pela unidade que estão demonstrando na luta pela valorização do Salário Mínimo Regional. “Esta é uma política inteligente e efetivamente muito importante, pois dá força às demandas e realmente faz o governante pensar mais na hora da decisão. Vocês sabem, como sindicalistas e eu, como velho advogado trabalhista, que por trás do Piso tem a base em que se decidem as negociações, acordos e dissídios coletivos. Por isso, quando todas as centrais estão unidas, a classe trabalhadora avança. A presença das organizações de massa aqui orgulha o nosso governo e vocês têm o Palácio como um espaço seu, que não pode ser reservado apenas aos poderosos, aos empresários e aos ricos que desfilam nos corredores como se fossem donos do espaço e não admitem que ninguém mais entre para demandar e buscar seus direitos.”
Tarso aproveitou para criticar a forma como alguns empresários tem se comportado em relação ao seu governo. “Quero narrar um fato para que percebam a diferença de procedimento daqueles que têm status social em relação a um governo como o nosso. Aqui vocês vêm entregar um documento propondo a continuidade da valorização do Salário Mínimo Regional. O último documento que recebi das organizações empresariais foi em apoio à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RS), que entrou com uma ação para declarar inconstitucional a lei que permite que o governador use os depósitos judiciais como uma espécie de cheque forte, que quando a gente se aperta vai lá e pega para pagar as contas e depois devolve”, afirmou o governador.
O governador lembrou que os recursos dos depósitos judiciais são utilizados para socorrer o caixa do Estado no pagamento d o 13º salário ou para saldar as contas que se acumulam em determinados meses. “Um dos objetivos só pode ser inviabilizar o funcionamento da máquina pública”, acusou Tarso. “Enquanto isso, vocês estão aqui pedindo a valorização do Salário Mínimo Regional. Isso demonstra a diferença de postura dos setores da sociedade em relação ao projeto que nós representamos. Quando todas as grandes organizações empresariais se associam à visão de que não podemos usar recursos para pagar contas públicas, esses recursos ficam para os bancos. Vocês estão aqui reivindicando o aumento do poder aquisitivo das classes populares e não dinheiro para passar férias na Riviera francesa. Vão comprar mais alimentos, sapatos, roupas e obter melhores condições de vida para as suas famílias. E não utilizar esses recursos para especulação financeira.”
O governador reconhece a valorização do Salário Mínimo Regional como alavanca para o desenvolvimento do Estado. “Saibam vocês que nós vamos, sim, continuar com a política de valorização do Salário Mínimo Regional”, assegurou o governador. Ele informou ter encomendado estudo à Fundação Estadual de Economia e Estatística (FEEE) para saber qual o ganho que teve o aumento do Salário Mínimo Regional no desenvolvimento do Estado, quanto a classe trabalhadora comprou a mais em função desses aumentos, porque se movimenta e economia, aumenta a produção nas fábricas, o comércio aumenta e aumentam os empregos.
“É esse o equilíbrio que nós temos que buscar para o desenvolvimento do Estado para todos, porque não adianta a sociedade se desenvolver com a riqueza concentrada em cima. O crescimento só tem sentido se for de todos e não de poucos. É isso que nós fazemos com a nossa política de valorização do Salário Mínimo Regional”, finalizou Tarso.
Em sua saudação ao governador, o presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, explicou que o índice de 16,81% reivindicado é a média do crescimento do PIB gaúcho e nacional desse ano, somada a inflação projetada e 50% das perdas que nós tivemos, até que o Salário Mínimo Regional recupere o valor de 1.28 salários mínimos, quando foi criado.
“Os empresários dizem que as pequenas empresas não podem absorver o Salário Mínimo Regional, mas uma pesquisa do Dieese comprovou que as pequenas empresas são as que mais pagam. Quem não quer pagar são as grandes empresas, as multinacionais que pressionam o governo. E isso precisa ficar bem claro para a sociedade gaúcha.”
O presidente da CTB-RS voltou a solicitar uma política permanente de reajuste do Salário Mínimo Regional e a inclusão de uma série de categorias que ainda não estão protegidas, como a dos movimentadores de mercadorias, e a criação de faixas para os técnicos de nível médio e de nível superior, conforme já debatemos durante as reuniões do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), o Conselhão.
“Em nome da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), quero reconhecer o papel destacado do nosso governador no resgate do Salário Mínimo Regional no Estado do Rio Grande do Sul, que tinha acabado, mas foi ressuscitado pelo atual governo e está valorizado cada vez mais”, finalizou Guiomar Vidor.
Fonte: CTB-RS