O movimento dos profissionais da educação segue cada vez mais forte no Rio de Janeiro. A categoria decidiu seguir em greve e na última terça-feira (15), Dia do Professor, um grande ato em defesa da educação aconteceu no Centro da capital. Segundo os organizadores, 100 mil pessoas estiveram presentes.
Desde o fim da manhã, os profissionais da educação se mobilizaram no Rio. Às 11h uma grande assembleia da Rede Municipal foi realizada no Clube Municipal na Tijuca e reuniu 5 mil servidores. A maioria da assembleia optou pela manutenção da paralisação como forma de pressionar o governo a abrir os canais de negociação.
A CTB Rio de Janeiro também esteve presente no ato fortalecendo a luta dos profissionais e dando apoio a essa importante mobilização da classe trabalhadora, iniciada no dia 08 de agosto. O presidente da CTB-RJ, Ronaldo Leite, enfatizou a mobilização da central e todo apoio ao movimento dos profissionais da educação:
“A CTB apoia e se solidariza com a luta dos professores, nós temos dirigentes da CTB que são da categoria e vêm acompanhando cotidianamente, participando do processo de greve, e o ato de hoje representa mais uma etapa de luta contra, infelizmente, a atitude do governo municipal em não reconhecer a mobilização dos profissionais e atender suas reivindicações. O governo de forma truculenta não só aprovou um plano de cargos e salários que não atende à categoria, como, num estado de exceção, colocou a polícia para agredir os professores. Então a CTB tá junto com essa luta, tá se manifestando, tá aqui com suas bandeiras e vai tá junto com os professores nessa grande batalha”, destacou a liderança sindical.
Em seguida, os profissionais da educação rumaram para a concentração do grande ato em defesa da educação na Praça da Candelária, às 15h. Além da CTB, diversas entidades dos movimentos sociais, centrais sindicais, sindicatos de outras categorias, a União da Juventude Socialista (UJS), União Nacional dos Estudantes (UNE), a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES), a União Estadual dos Estudantes (UEE-RJ), União Estadual dos Estudantes Secundaristas (UEES-RJ), AMES, militantes políticos, sociedade civil, estudantes, trabalhadores e trabalhadoras fortaleceram o ato.
A sociedade foi às ruas junto com os servidores para clamar por uma educação de qualidade. Faixas e cartazes eram levantados pedindo a valorização dos profissionais, mais infraestrutura nas escolas e mais qualidade no ensino. Os manifestantes ainda levantavam bandeiras como a desmilitarização da PM e o financiamento público de campanha; além de faixas e palavras de ordem contra a Rede Globo, os monopólios da comunicação e a cobertura tendenciosa da imprensa burguesa no Brasil.
O ato transcorreu de forma pacífica, os manifestantes saíram da Praça da Candelária e percorreram toda Avenida Rio Branco até à Cinelândia. No caminho a passeata pedia apoio aos trabalhadores dos prédios vizinhos, que piscavam as luzes para se solidarizarem com a luta da educação no Rio de Janeiro. O professor Márcio Franco também falou sobre o imponente ato:
“A categoria se manteve unida e coesa, fizemos um grande ato hoje com mais de 100 mil pessoas e isso demonstra o apoio da sociedade à essa luta importante pela educação pública de qualidade. Foi um ato belíssimo, nós tomamos conta da Rio Branco; esse foi um ato sem dúvida histórico, demonstrando que a sociedade quer mudanças na educação, não admite a privatização da educação, e quer uma educação pública de qualidade, e quer também solução e o atendimento das reivindicações dos trabalhadores da educação em greve”, finalizou o professor da rede municipal do Rio.
A presidenta da UBES, Manuela Braga, que estava presente na passeata com muito entusiasmo, falou da luta pela educação e expôs o apoio da entidade secundarista aos servidores:
“Primeiro é preciso dizer que a UBES dá total apoio não só aos professores do Rio mas aos professores de todo Brasil, porque se a gente diz que quer construir uma educação de qualidade, se temos um sonho de construir um novo Brasil, não dá pra imaginar que vamos conseguir construir essa nova educação se não pudermos valorizar os profissionais, se os professores não tiveram infraestrutura dentro da escola e valorização no sentido de respeito, no sentido de melhores salários, no sentido de um bom plano de cargos e carreira. Então a UBES se solidariza não só aos professores do Rio mas aos atos que estão acontecendo em algumas cidades e estados do Brasil em defesa da valorização, do piso salarial e em defesa do plano de cargos e carreiras”, finalizou a líder estudantil secundarista.
A presidenta da União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro (UEE-RJ), Tayná Paolino, salientou a importância de valorizar a educação:
“Hoje é um dia muito importante, é um dia dos professores, um dia que estamos na rua dizendo que é pela educação que vamos transformar o Rio de Janeiro e o Brasil, é dando educação que vamos acabar com o problema da segurança pública, é pela educação que a gente vai acabar com a desigualdade social, é pela educação que a gente vai construir um país soberano. E os estudantes estão na rua pra dizer que o Rio aprovar esse plano de carreira é um ultraje à educação porque não representa os anseios da educação que precisamos e queremos para nosso estado”.
Portal CTB com Bruno Ferrari
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