No dia 7 de outubro ocorrerá em Minas Gerais uma audiência pública sobre os 50 anos do episódio que ficou conhecido como “Massacre de Ipatinga”, onde pelo menos oito trabalhadores da Usiminas morreram (o número exato de mortos não se conhece) e mais de 120 ficaram feridos por tiros de metralhadora disparados pela polícia militar mineira.
A atividade, que faz parte dos Atos Unificados coordenados pelo Grupo de Trabalho (GT) “Ditadura e Repressão aos Trabalhadores e ao Movimentos Sindical” – que é formado pela CTB, CGTB, CSB, CUT, FS, Intersindical, NCST e UGT – e faz parte da Comissão Nacional da Verdade (CNV). A audiência é em parceria como o Fórum Mémória e Verdade do Vale do Aço e terá a participação da Comissão Estadula da Verdade de Minas Gerais.
Na opinião do secretário de Políticas Sociais da Central, Rogério Nunes, este ato será de extrema importância porque “resgata um acontecimento de repressão violento, antes mesmo do golpe de Estado, sofrido pelo país em 1964”, ele lembrou-se de que as principais vítimas, durante a ditadura militar foram os líderes sindicais.
Massacre de Ipatinga
No dia 7 de outubro de 1963, a polícia militar à serviço da Usiminas atirou contra os operários da então estatal e de empreiteiras a serviço da companhia, na véspera, após revista abusiva e prenúncio de conflito entre operários e vigilantes, policiais a serviço da vigilância da empresa realizaram uma ação violenta de espancamento e prisão de cerca de 300 operários do alojamento Chicago Bridge.
Diante de tal violência os operários decidiram não entrar na Usina no dia segunite e permaneceram em frente a um de seus portões exigindo melhor tratamento pela vigilância da empresa e pela PM.
Diferentes estimativas indicam que de dois a cinco mil trabalhadores estavam em frente à empresa, onde foram encurralados por uma cerca e um caminhão com 19 policiais militares armados que portavam uma metralhadora. A inabilidade da empresa e das forças de segurança privadas e estatais em lidar com a revolta operária após uma noite de espancamento e prisões arbitrárias resultou em um tiroteio com oito mortos e 79 feridos, segundo os dados oficiais. Estes números são muito controversos e estimativas alternativas apontam para cerca de 30 mortos.
Comissão da Verdade
A CNV deverá colher depoimentos de vítimas diretas e familiares e convidou a diretoria atual da empresa no intuito esta inicie colaboração na apuração dos fatos e responsabilidades pelas violações na época.
Além da audiência pública, o Fórum Memória e Verdade do Vale do Aço, organização da sociedade civil autora do pedido que levou à organização da audiência, está realizando uma série de eventos, a partir da próxima sexta-feira (4 de outubro), em Ipatinga, para divulgar para a população da cidade o que foi o massacre. Além de audiências sobre o tema, estão previstas atividades culturais.
Saiba mais na página do movimento no facebook, confira a programação completa dos atos públicos programados, A CNV transmitirá ao vivo pela internet, via celular, a audiência pública dos 50 anos do massacre.
Portal CTB, com informações da Comissão Nacional da Verdade
Leia também:
CTB apoia investigação da CNV sobre massacre de Ipatinga (MG)