Em meio às diversas denúncias envolvendo governos tucanos, entidades estudantis, sindicalistas, representantes dos movimentos sociais e lideranças políticas promoveram na noite da última quarta-feira (07), na sede da Apeoesp, (Sindicato dos Professores de SP) uma Plenária Nacional para discutir ações em apoio às investigações envolvendo as denúncias da Siemens sobre formação de cartel e superfaturamento na compra de trens e equipamentos para o Metrô e a CPTM.
A CTB foi representada por seu vice-presidente nacional, Nivaldo Santana, que destacou a importância da pressão popular para que se estabeleça uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) para investigar as denúncias. “O estado de São Paulo enfrenta problemas estruturais como a falta de moradia, no transporte, segurança, que agora são agravados por esse escândalo envolvendo as denúncias dos cartéis no metrô”, afirmou Santana.
De acordo com o dirigente a crítica foi generalizada. “Para reverter a blindagem que procura proteger o governo a ideia é reforçar a luta em defesa de uma CPI, para averiguar esse escândalo”, afirmou o vice-presidente da CTB.
Para o deputado Alcides Amazonas (PCdoB), que também participou do encontro, é fundamental que os movimentos e as lideranças políticas e sociais se mobilizem para exigir a apuração dos fatos e a punição aos culpados. “Afinal, as denúncias são graves, contundentes e mostram que os cofres públicos podem ter perdido milhões de reais, prejudicando o nosso povo”, ressaltou o deputado.
Também participaram da reunião, entre outros, o deputado Edinho Silva (PT), e o jornalista Altamiro Borges, diretor do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé.
Depois do encontro, as entidades emitiram manifesto em que colocam: “recentemente vimos explodir o caso do escândalo do “cartel” no metrô paulista, como se todos (as) usuários (as) do sistema público de transporte não denunciassem os abusos de um sistema falido que não serve à sociedade paulista. Foram inúmeras as denúncias e tentativas de investigação e fiscalização do transporte público paulista na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. Tentativas essas barradas pela base governista que se sustenta dessas políticas excludentes de um projeto neoliberal que sucateia os serviços públicos e remete à população ao caos”.
Também foi definido um calendário de mobilizações que englobam o Dia Nacional de Ocupação das Reitorias (13 de agosto), a participação em ato na Unesp (15 de agosto); a realização de ato na Assembleia Legislativa pela instalação da CPI sobre as denúncias da Siemens – com proposta para ser realizado no dia 20 – e a participação no ato das centrais sindicais marcado para o dia 30, entre outras ações.
No mesmo documento, as entidades ainda exigem, por exemplo, a imediata instalação da CPI, bem como a CPI da Globo e a democratização da mídia com a legalização das rádios comunitárias; contra a criminalização dos movimentos sociais, com abertura de diálogo e a valorização dos trabalhadores do serviço público com reconhecimento do Sistema de Negociação Permanente (SINP) do funcionalismo público.
O manifesto é assinado por FML, MST, UJR, UJS, JPL, Levante Popular da Juventude, JPT, UEE-SP, UPES, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento Para Todos, UBES, UNE, Fora do Eixo, JSOL, Kizomba, Graúna, UMES SP, Esquerda Marxista, CUT, APJN, Juventude Revolução, Sintaema e Apeoesp.
Confira o Manifesto na íntegra
Portal CTB com informações de Priscila Lobregatte