Hoje eu resolvi homenagear
Um grande cabra da peste
Um genial sanfoneiro
Lá das bandas do nordeste
O nome dele é Dominguinhos
Que na sanfona foi um grande majestoso mestre.
Tinha ele como se fosse um filho
Luiz Gonzaga – O Grande Rei do Baião
Os dois juntos
Onde passavam alegravam o povão
Eram grandes parceiros
Cantando o nordeste e as coisas do sertão.
Morreu aos 72 anos
Com rosto de menino
Era um ser humano de gestos simples e humilde
Como são os grandes seres humanos nordestinos
Era hábil e ligeiro na sanfona
Assim como com na bola era o craque Rivelino.
Por este Brasil afora
Cantou, tocou e encantou
Foi um instrumentista genial
Por seu estilo versátil, grandes prêmios da música ganhou
Tocava do baião passando pela bossa nova ao jazz
Com sua sanfona grandes plateias emocionou.
“Amigos a gente encontra
O mundo não é só aqui”
Basta ter o espírito elevado
E o pão saber repartir
“Não mande me procurar
Não diga que eu me perdi.”
“Não diga que eu fiquei sozinho
Não mande alguém me acompanhar”
Assim é nossa vida
Como uma onda no mar
“Não diga que eu não levo a guia
De quem souber me amar.”
“É duro ficar sem você vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim.”
Tudo é muito passageiro
A vida é mesmo assim.
“Me alegro na ora de regressar,
Parece que vou mergulhar na felicidade sem fim.”
“Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer.”
A arte de amar
É arte de sentir prazer
“Tem dó de mim
O que eu posso fazer”
“Que falta eu sinto de um bem
Que falta me faz um xodó”
Lembranças da minha amada
Que deixei lá para as bandas do sertão do Caicó
“Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só.”
“Por ser de lá
Do sertão do cerrado
Lá do interior do mato
Da caatinga e do roçado”
Tem que ser valente
Pra enfrentar esse mundo marvado.
“Eu nasci com um bocado de irmãos, éramos 16,
Minha mãe, meu Pai.!’ Era uma vida amarga
“Eu , com 9 anos conheci um moço sem saber
Num hotel no Rio de Janeiro era Luiz Gonzaga
Toquei com ele, ele me deu dinheiro e uma sanfona”
Desde desse dia com Gonzagão começou sua saga.
Grande Dominguinhos:
Quantos amigos, quantos parceiros
Orgulho do nordeste
E do povo Brasileiro
Você é eterno!
Na pátria dos forrozeiros.
Por Francisco Batista da Silva (Professor, Poeta, Jornalista e Presidente da CTB/RO).