Sete centrais sindicais unificadas organizaram, na Bahia, o Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações, que movimentou a capital e as cidades mais importantes do estado, nessa quinta-feira (11). Em Salvador, as categorias trabalhadoras atenderam ao chamado das centrais e foram às ruas apresentar as reivindicações gerais e específicas.
“Houve uma adesão maciça. Os trabalhadores responderam positivamente ao chamamento e esperamos que os nossos governantes se sensibilizem para, de fato, pautarem esse debate”, afirmou o presidente estadual da CTB, Aurino Pedreira.
As manifestações começaram logo no início da manhã. Os rodoviários interromperam a circulação de ônibus até às 9h; lojas, principalmente do Centro da cidade, foram fechadas no início do expediente; atividades nos bancos foram suspensas; e aulas foram canceladas pelos professores das redes municipal e estadual.
Às 12h, as categorias se concentraram na Praça do Campo Grande, no Centro, e promoveram uma passeata por toda a Avenida Sete de Setembro. O percurso, que possui 1,5km de extensão, aproximadamente, se transformou em um grande tapete humano que só se desfez na Praça Municipal.
A adesão dos trabalhadores baianos ao movimento também foi comemorada pelo secretário-geral da CTB nacional, Pascoal Carneiro, que esteve na Bahia acompanhando a manifestação. Segundo ele, a mobilização unificada no país pressiona o Congresso a atender demandas históricas dos trabalhadores.
“O Dia de Lutas é pela melhoria das condições de trabalho e de vida do povo trabalhador e já está surtindo efeito. Conseguimos tirar o PL 4330 [conhecido como projeto de terceirização] da pauta e o projeto do fator previdenciário vai voltar. As negociações já estão tendo efeito positivo por conta dessa manifestação de hoje”, destacou Carneiro.
No interior do estado, as mobilizações também aconteceram nos principais municípios, como Feira de Santana, Vitória da Conquista, Jequié, Ilhéus, Itabuna, Camaçari, Alagoinhas, Eunápolis, Barreiras e em algumas outras cidades das regiões Sul e Sudeste.
Pauta Trabalhista
Além de reformulação no fator previdenciário e no PL 433º, fazem parte da Pauta Trabalhista, também, a redução da jornada de trabalho para 40 horas sem redução salarial, reforma agrária, entre outras. A pauta foi elaborada em 2010, durante a Conferência Nacional da Classe Trabalhadora.
Foram incorporadas ao documento as demandas apresentadas nas manifestações que tomaram as ruas do país, no mês passado, como mais investimentos em saúde, educação e segurança, transporte público de qualidade, democratização da mídia, principalmente.
Unificação
Junto com a CTB, principal articuladora do movimento na Bahia, estão a Nova Central, a Força Sindical, a CUT, a UGT, a Intersindical e a Conlutas. O dia 11 de julho de 2013 já está na história pela unificação das entidades – o último movimento unificado aconteceu em 1991.
Durante a passeata no Centro da cidade, o movimento social também se incorporou à passeata e reforçou a luta dos trabalhadores. Estiveram presentes representantes das associações de bairros, União da Juventude Socialista (UJS), da União de Negros pela Igualdade (UNEGRO), da Federação das Associações de Aposentados, Pensionistas e Idosos (FEASAPEB), entre outros.
“É importante a unificação dos trabalhadores com a juventude para pautar a reivindicações unificadas, principalmente sobre mais investimentos em educação. São discussões que também travam o desenvolvimento do país e entendemos que, com a união com os trabalhadores, ganhamos mais força para reivindicar”, explicou Alan Valadares, presidente municipal da UJS.
O PCdoB, que tem a história marcada pela luta nos movimentos sociais, também esteve presente no ato. A deputada federal Alice Portugal e a vereadora de Salvador Aladilce Souza acompanharam a passeata e reafirmaram o trabalho em defesa dos trabalhadores. “Ainda sou diretora de um sindicato (SINDSAÙDE), portanto, essa é uma luta nossa, que eu levo para a Câmara. A pauta dos trabalhadores é fundamental para que o País avance em qualificação das políticas públicas”, defendeu Aladilce, durante a concentração na Praça do Campo Grande.
As centrais voltam a se reunir na próxima segunda-feira (15), às 19h, no Sindicato dos Comerciários, em Salvador, para uma avaliação do movimento. O encontro vai servir, também, para uma definição dos novos rumos.
Por Erikson Walla (fotos: Ailton Araújo)