Convocados pelas centrais sindcias e entidades dos movimentos socias, trabalhadores e trabalhadoras realizaram uma grande passeata no Dia Nacional de Lutas pelas ruas da cidade de Belém (PA), na última quinta-feira (11).
A manifestação, que começou no início da manhã, em frente à Prefeitura Municipal de Belém, contou também com a presença da juventude, do movimento Belém Livre, do movimento de saúde, de negros, e de mulheres.
No início do ato, que contou com a particpação de aproximadamente 3 mil pessoas, uma Comissão, formada pela CTB e as demais Centrais Sindicais, entrou na Prefeitura para entregar ao prefeito Zenaldo Coutinho uma pauta de reinvindicações com a Agenda Nacional e questões estaduais, com foco no desenvolvimento, saúde, educação e transporte e a pauta municipal, entre outras como a defesa pela redução da tarifa do transporte coletivo para R$ 2,00 e o passe livre para os estudantes e trabalhadores desempregados, além de temas da saúde e educação.
O presidente da CTB Pará manifestou ao prefeito que se houver vontade política da prefeitura há condições de se reduzir o transporte a partir de redução de custos ocorridos no transporte coletivo. A Câmara Municipal de Belém aprovou a redução de 60% do ISS das empresas do sistema, bem como o perdão de R$ 80 milhões de dívidas tributárias municipais daquelas empresas. Foi acordado o prazo de 15 dias (26 de julho), quando deve ocorrer nova reunião dos trabalhadores com a prefeitura de Belém para uma resposta sobre a pauta dos trabalhadores.
Após a reunião os trabalhadores seguiram em passeata em direção ao CIG – Centro Integrado de Governo, onde a Comissão será recebida pelo governo do Pará.
A caminhada incluiu duas paralisações. A primeira na sede da Cia Vale do Rio Doce e sede da FAEPA – Federação da Agricultura do Pará, onde entidade como a UNE, o MST e o Sintratel levantaram críticas ao processo de privatização no Brasil, que dilapidou o patrimônio público de forma vil e entreguista e pela urgente realização da reforma agraria e combatendo a postura reacionária e assassina do latifúndio. E a em frente a TV Liberal, afiliada da Rede Globo, com a realização de um ato cultural e repúdio a prática de produção de falsas informações pela grande mídia, com a defesa do controle social, a democratização da mídia e o fim do monopólio da comunicação no país.
Camisetas, bonés, faixas e cartazes, trabalhadores da Construção Civil entre outras categorias marcaram presença na manifestação que seguiu em direção ao Centro Integrado de Governo para entregar ao governador do estado a pauta dos trabalhadores. Na ausência do governador, a Comissão foi recebida pelo secretário especial de proteção social Sérgio Leão.
Marcão Fonteles, presidente da CTB Pará, manifestou inicialmente que as Centrais consideravam uma falta de respeito do Governado Simão Jatene não ter recebido os trabalhadores e determinado para receber quem não tem poder de mando. O dirigente lembrou que a pauta precisava de resposta efetiva do governo do estado.
No documento, a CTB e as demais centrais pleitearam uma efetiva politica pública de qualificação dos trabalhadores, de um projeto regional com valorização do trabalho, a quebra do monopólio do transporte rodoviário e fluvial no estado do Pará. A não privatização dos serviços de saúde, como da Santa Casa e a valorização dos servidores públicos, com realização de concurso público, incorporação de gratificações de média complexidade e implantação do PCCRS. E necessidade de aplicar 25% do orçamento do estado na educação.
Foi lembrado ao secretário Sergio Leão, a necessidade de implantar no Detran Pará o sistema de biometria, fato já solicitado ao governador Jatene desde 2011, até hoje sem sucesso. “Essa situação coloca o Pará como o único estado brasileiro sem esse sistema, o que favorece a corrupção no Detran, a venda de carteiras de habilitação, que são dadas sem a devida formação do habilitado, o que representa um sério risco à sociedade e prejudica os servidores das autoescolas. É importante ressaltar que uma das demandas dos trabalhadores, referente a não privatização da Santa Casa e nem sua gestão foi afirmado pelo secretário Sérgio Leão o compromisso do governo em manter a instituição como publica e de administração direta. O que foi saudado pelas centrais como uma grande vitória dos movimentos em curso”, ressaltou o presidente da CTB-PA.
Na próxima 3ª feira (15), na sede do DIEESE acontece nova reunião entre as Centrais Sindicais para avaliar o movimento e organizar as próximas atividades até o dia 26 de julho.
Em diversas outras cidades do estado do Pará também ocorreram manifestações e greves e Altamira, onde está sendo implantado o projeto Belomonte foi uma delas. “A cidade de Altamira está em estado de calamidade sem qualquer ação do poder público. Somente funciona uma unidade de saúde para uma população que dobrou em pouco mais de um ano, decorrente do projeto Belomonte, atualmente com mais de 150 mil pessoas, além da inexistência de transporte público, agências bancárias e correspondentes bancários superlotados e com poucos funcionários”, afirmou o presidente da CTB-PA, confirmando a necessidade de mobilização na região.
Fonte: CTB-PA