As ruas do Jardim Botânico, elegante bairro na Zona Sul do Rio de Janeiro, estarão tomadas no final da tarde desta quarta-feira (3), a partir das 17h. Acostumados com os desfiles carnavalescos do Monobloco, que entopem o bairro de foliões, no carnaval, os moradores das cercanias entre a avenida principal e as transversais, até a Rua Von Martius, verão uma manifestação mais concisa. Confirmados na página “Ocupe a Rede Globo”, em uma rede social, mais de 2 mil manifestantes realizarão, em frente à entrada da emissora, um ato público contra a cartelização da mídia no país.
Pouco antes, coordenadores do Centro de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé irão protocolar, na portaria da Rede Globo, “o documento da Receita Federal que comprova a sonegação” de impostos da empresa, em um processo que corria em segredo de Justiça até ser vazado ao jornalista Miguel do Rosário, editor do blog O Cafezinho. Convocado pelas organizações da sociedade civil Fale-Rio, Cidadania Sim! Pig nunca mais e Barão de Itararé, o ato público também inclui a realização da Assembleia Temática Democratização da Mídia, que tratará das medidas populares a serem adotadas contra o cartel midiático liderado pela emissora fundada por Roberto Marinho, aliado de primeira hora do golpe de Estado aplicado por militares, em 1964, contra o regime democrático brasileiro.
Processo federal
A Rede Globo, ao contrário do que afirmou em nota distribuída na segunda-feira, ainda deve perto de R$ 1 bilhão aos cofres públicos, segundo afirmou o jornalista Miguel do Rosário. Na matéria intitulada “Mensalão da Globo: se pagou, mostra o DARF!”, Rosário afirma que a mesma fonte de onde vazaram os documentos sobre a fraude fiscal que deu origem ao processo contesta “a informação divulgada pela Globo, via UOL, de que ela quitou a dívida de R$ 615 milhões com a Receita Federal”.
“A dívida é a soma do impostos mais juros e multa, resultantes de um auto de infração no qual a Receita detectou a intenção da Globo de fraudar o fisco. Em valores atualizados, chegaria perto de R$ 1 bilhão.
“Se ela pagou, então mostra o Darf, o povo quer saber’ diz o garganta profunda deste humilde blogueiro. Darf, como todo bom pagador de impostos sabe, é o documento da receita onde o contribuinte registra o pagamento de uma dívida tributária.
“Se tivesse pago, o processo não estaria constando como ‘em trânsito’, conforme se pode verificar com uma Consulta Processual no site da Receita Federal”, afirmou a fonte ao jornalista.
Fonte: Correio do Brasil