A greve geral que atingiu as principais cidades de Portugal nesta quinta-feira (27) foi considerada excepcional pelas principais lideranças sindicais do país. Segundo dados preliminares, mais de 50% da força de trabalho portuguesa aderiu ao chamamento e cruzou os braços em protesto contra o atual governo.
Carlos Silva, secretário-geral da UGT, e Armênio Carlos, secretário-geral da CGTP-IN, entendem que a greve foi uma das maiores já vistas durante o período democrático em Portugal.
Armênio Carlos denunciou ainda que o governo prepara-se para agravar a austeridade com um novo pacote, a pretexto da reforma do Estado, deixando claro que novas medidas terão resposta dos trabalhadores, exaltando a greve geral em que foram protagonistas os trabalhadores sindicalizados, e também os não-sindicalizados, os precários que se associaram à paralisação.
Por sua vez, Carlos Silva, discursou diante do Ministério das Finanças, no Terreiro do Paço, em Lisboa, para dizer que a luta não termina hoje. “A greve geral cumpriu o seu objetivo, que foi dar um grito de insubmissão contra esta política de austeridade que os portugueses rejeitam”.
Armênio Carlos afirmou que este é um protesto “pelo direito ao trabalho e a um trabalho com direitos” e responsabilizou o Executivo conservador português de ter destruído mais de 300 mil empregos com as medidas de austeridade aplicadas nos dois últimos anos por consequência do resgate financeiro do país.
Carlos Silva também investiu contra o governo e pediu que o dia de hoje se transforme em “uma demonstração da rejeição às políticas de austeridade”, que são responsáveis pelo sofrimento dos portugueses.
A greve geral desta quinta-feira é a quarta convocada desde que Passos Coelho assumiu o poder dois anos atrás e a terceira organizada em conjunto pelas duas grandes centrais sindicais desde a instauração da democracia em Portugal com a revolução de 1974.
Com agências