Depois dos protestos em massa dos controladores aéreos, os trabalhadores do Sistema Nacional de Ferrovias da França (SNCF) realizam nesta quinta-feira (13) uma ampla jornada de greve contra a presença do capital privado nesse serviço público.
As ações se iniciaram na noite da quarta-feira e nesta quinta alcançaram sua maior magnitude em todo o país, para rechaçar um projeto governamental de reformar a gestão do transporte de passageiros e carga por via ferroviária.
Uma nova lei começará a ser discutida durante o outono na Assembleia Nacional com o propósito de unificar as duas empresas atuais, o SNCF, que organiza o tráfego, e a Rede Ferroviária da França, encarregada de administrar a infraestrutura.
Segundo as autoridades isso permitiria mais eficiência e se conseguiria reduzir a vultosa dívida de mais de 30 bilhões d euros que o setor acumula.
Os sindicatos denunciam que, na realidade, este projeto mascara a intenção de permitir o acesso das empresas privadas no sistema para responder às pressões da Comissão Europeia, que busca eliminar a participação estatal em várias esferas da economia.
Com a privatização se debilitará a capacidade da entidade pública, aumentarão os preços para os usuários, se deteriorarão as condições de trabalho e aumentará o desemprego, asseguram as organizações sindicais.
A Confederação Geral do Trabalho, a União Nacional de Sindicatos Autônomos, Rail-Sud e e Confederação Francesa Democrática do Trabalho convocaram seus filiados a se somarem à greve.
A greve abarca os trens de alta velocidade conhecidos como TGV, dos quais funcionarão quatro de cada 10 no ramal norte e um de cada três no resto do país.
A convocação ao protesto também inclui a exigência de melhorias salariais para enfrentar o alto custo de vida e o respeito às atuais condições de aposentadoria dos ferroviários, ameaçadas por uma reforma do sistema anunciada pelo governo.
Fonte: Agência Prensa Latina