Nesta segunda-feira a CTB Sergipe e o Sindicato dos Bancários (Seeb) divulgaram uma nota, declarando apoio à greve dos trabalhadores da Construção Civil, que completa 14 dias. “A greve é justa. A categoria recebe o pior salário do País e optou pela paralisação das atividades porque não conseguiu avançar nas negociações com o patronato”, afirma Edival Góes, presidente da CTB-SE.
O dirigente sindical esteve na manifestação promovida pelos trabalhadores da construção civil na sexta-feira, 24, para reafirmar o apoio à greve. Para Edival, a categoria tem demonstrado união, força e determinação nesse período, mesmo diante das pressões para que a greve seja suspensa. São mais de 13 mil operários de braços cruzados.
“Queremos parabenizar os trabalhadores da construção civil por essa greve histórica e conclamamos os empresários a negociar com os dirigentes do Sindicato dos Trabalhadores para que seja possível firmar um acordo que ponha um fim à paralisação”, ressalta.
Segundo Edival, o papel dos classistas é apoiar a luta para por melhores condições de trabalho e de salários dos trabalhadores organizados. “A greve dos operários da construção civil deve ter o apoio da opinião pública. Mesmo porque ninguém é feliz sozinho. Os empresários devem dividir seus lucros com aqueles que, no dia a dia, constroem suas riquezas”, salienta.
A greve foi deflagrada dia 13 de maio. A categoria reivindica um reajuste de 15% nos salários e cesta básica de R$ 150. A única contraproposta apresentada pelos donos das construtoras prevê um aumento de 8% e R$ 50 de cesta básica. Os trabalhadores rejeitaram a proposta em assembleia e tentaram avançar nas negociações, mas, diante do impasse, decidiram manter a greve.
Para o presidente do SEEB, José Jesus de Souza, o movimento grevista é justo e estrategicamente necessário. “São os bancos brasileiros que financiam a construção civil. E esse dinheiro só é liberado a partir do fundo de garantia dos trabalhadores brasileiros. E nós, trabalhadores dos bancos também sabemos quais são os salários pagos aos operários da construção civil. É essa dura realidade social que nos move a apoiar publicamente esse movimento. Não podemos assistir indiferentes a esse enfrentamento entre os operários e os empresários da construção civil. Estamos do lado dos trabalhadores. Os empresários têm muito poder e muito capital.”, afirma Souza.
A secretária de Imprensa e Comunicação do SEEB, Ivânia Pereira, também falou sobre a contradição na relação social e econômica entre os patrões e os operários da construção civil. “Os construtores estão entre os empresários mais ricos do Brasil. Entretanto, aqueles que constroem os apartamentos e as casas não têm sua própria moradia. E a habitação é um direito de cada homem e mulher. Portanto, devemos apoiar este sindicato que decidiu enfrentar os patrões e fazer uma luta justa por melhores condições de trabalho e de salário”.
Fonte: CTB/SE e Seeb