O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) aguarda, do governo do Estado, a proposta oficial do Estatuto do Educador, que deverá ser encaminhada à entidade, conforme previsão da Secretaria de Estado de Administração.
Somente de posse da proposta oficial e após análise do respectivo conteúdo, serão convocadas novas assembleias de educadores, para avaliar o texto e deliberar sobre os rumos da greve, que completa, nesta segunda-feira (20), 26 dias, com paralisação de professores em quase todo o estado.
Na última reunião da mesa de negociação, a direção do sindicato detectou uma surpresa no texto, que deixou os dirigentes indignados. O reajuste de 4% proposto para as classes 3 e 4 (somente 3 na nova estrutura de cargos do estatuto) seria a correção da URV, uma perda que o professor pode conquistar na justiça, pois é um direito líquido e certo.
“Não haveria reajuste, na verdade, apenas um arranjo para o governo resolver o problema da URV. Discordamos, de imediato. O secretário Fábio Gondim prometeu, então, resolver a situação. Vamos aguardar o texto oficial, para avaliar. Se vier com os avanços negociados até o momento, convocaremos novas assembleias e publicaremos a proposta”, esclarece o presidente do Sinproesemma, Júlio Pinheiro.
Caxias, Buriti Bravo e Cururupu também entram na luta pelo Estatuto
A quarta semana de greve dos educadores da rede pública estadual de educação foi marcada por diversas atividades promovidas pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma) em vários municípios. Nas manifestações, a categoria cobra celeridade do governo do Estado no processo de aprovação do Estatuto do Educador.
Na segunda-feira (13), por exemplo, os educadores de Buriti Bravo participaram de ato público em frente a uma das maiores escolas da rede estadual da região, o Centro de Ensino Médio Senador Carvalho Guimarães. Durante a atividade, os trabalhadores aproveitaram o momento para dialogar com os pais e alunos que passavam pelo local sobre os motivos que os levaram a suspender as aulas.
Além disso, foram distribuídos panfletos cobrando um posicionamento firme do Secretario de Estado da Educação, Pedro Fernandes, em encaminhar a proposta de Estatuto do Educador, negociada com a categoria, para a votação na Assembleia Legislativa do Maranhão.
Cururupu
Em Cururupu, município a 465 km de São Luís e que conta com adesão significativa dos trabalhadores à greve geral, os educadores também estão promovendo atividades na região com o intuito de denunciar as manobras do governo do Estado, que está prologando a suspensão das aulas na rede estadual de ensino. Seja nos carros de som ou nos cartazes, a reivindicação pela aprovação do Estatuto do Educador também ganha força no município.
Caxias
Na manhã da quinta-feira (16), nem mesmo a forte chuva que caía em Caxias desanimou os educadores da cidade, que cumpriram sua missão de esclarecer à sociedade sobre a greve, cobrando dívidas históricas do governo do Estado com os trabalhadores da educação, como o Estatuto do Educador, por exemplo, o principal motivo da paralisação. Uma “Chuva de protestos”, como denominaram os educadores em nota enviada à sede do Sinproesemma, em São Luís.
“Foi uma passeata heróica. A chuva, que a princípio foi um obstáculo, causa provável da ausência de um bom número de professores grevistas, não incompatibilizou com a determinação e a coragem dos que se fizeram presentes. Acabou sendo uma aliada. Os populares que se refugiaram da intempérie nas lojas e demais estabelecimentos comerciais, bem como os funcionários que interromperam suas atividades para contemplar a manifestação, demonstraram um quê de surpresa e admiração ao verem os professores em passeata sob a chuva. Naturalmente, a opinião pública aderiu à causa. Em alguns momentos aplaudiu e, em outros, fez comentários tais como – É isso mesmo, lute por seu direito, professor!”, assim descreveu a professora de Caxias, Iris Mendes, acerca da passeata.
Portal CTB com Sinproesemma