Os trabalhadores da metalúrgica gaúcha Invensys estão paralisados desde o início da manhã desta terça-feira (14) em protesto contra o baixo valor pago na Programa de Participação nos Lucros (PPR). A decisão foi tomada durante votação em assembleia realizada pelo Sindicato no portão da fábrica.
O presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos Caxias do Sul (RS), Leandro Velho, destaca que o valor que a empresa quer pagar aos trabalhadores reflete um pensamento de exploração. “Os trabalhadores vem doente trabalhar, com atestado no bolso, para não perderem a participação. Precisam atingir metas inatingíveis. Chega na hora de dividir os lucros, dizem que estão no vermelho. Teríamos que estar discutindo plano de carreira, salários, equiparação salarial entre homens e mulheres, e não isso.”
Velho salientou ainda que, como a maioria da mão de obra na empresa é feminina os patrões acreditam que elas não vão reagir e que vão aceitar tudo. “As mulheres são força de trabalho tanto quanto os homens. O sindicato está ao lado delas, que ganham 30 a 40% menos ao exercer a mesma função. Além disso, precisam acompanhar seus filhos pequenos no médico, na gravidez realizar consultas. É muito difícil em um ano não ter nenhuma falta para receber o PPR.”
Conforme o diretor do sindicato Alberto Gonçalves, a empresa ganhou diversos incentivos com a redução do IPI, da energia elétrica e a desoneração da folha de pagamento. “A Invensys ganhou incentivos e a única coisa que os trabalhadores ganharam foi mais pressão para produzir e a perda de direitos.”
Outros problemas relatados pelos trabalhadores são assédio moral e os baixos salários. A Invensys paga um dos menores salários da cidade.
Os trabalhadores só retomam ao trabalho após negociações com a empresa.
Por Fabíola Spiandorello