Na noite da última quinta-feira (9), foi realizada na Assembleia Legislativa de São Paulo audiência pública em defesa dos serviços públicos e de seus trabalhadores, uma iniciativa dos deputados Alcides Amazonas (PCdoB) e Carlos Giannazi (PSOL), que teve ainda as presenças dos deputados Major Olímpio (PDT) e Zico Prado (PT). O evento recebeu dezenas de lideranças sindicais e trabalhadores, além de representantes das centrais sindicais CTB, CUT e Conlutas, todos preocupados em discutir a defesa dos serviços e servidores públicos contra as privatizações, as terceirizações e a precarização sistematicamente aplicadas pelo governo tucano.
No final da plenária, Amazonas anunciou a decisão tomada pelos parlamentares e dirigentes: a formação de um fórum permanente em defesa dos trabalhadores e dos serviços públicos. Nos próximos dias, será marcada a primeira reunião executiva com representantes dos sindicatos, centrais e os próprios deputados para estabelecer o formato e as primeiras ações do fórum.
Conforme destacou Amazonas, “na Alesp e nos parlamentos de maneira geral a correlação de forças é desigual: há poucos representantes dos trabalhadores e muitos ligados aos empresários. Então, é preciso que trabalhadores e parlamentares comprometidos com suas causas se unam numa frente suprapartidária e que movimentos sociais e população sejam conclamados a participar dessa luta, que é do interesse de todos”.
O deputado disse ainda: “nós defendemos que o povo tem direito a serviços públicos de boa qualidade, geridos pelo Estado, com transparência, eficiência e seriedade. Por isso, somos contrários às privatizações. Além disso, queremos que os direitos dos funcionários sejam garantidos e que suas condições de trabalho sejam melhoradas. Sem isso, não avançaremos na qualidade da esfera pública”.
O deputado usou como mau exemplo no campo das privatizações o processo ocorrido com a Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC), que deixou de existir em 1995, na gestão de Paulo Maluf. “De lá para cá, a qualidade do transporte coletivo piorou e ficou muito mais complicado de resolver suas defasagens porque as empresas são privadas. Mesmo tendo havido melhoras na gestão da Marta (Suplicy), o povo ainda sofre para se deslocar de ônibus”, explica.
Denúncias
Ao fazerem uso da palavra, os sindicalistas denunciaram o desmonte da máquina estatal ao longo dos sucessivos governos tucanos e as dificuldades vividas pelos trabalhadores das empresas públicas paulistas.
René Vicente, do Sindicato dos Trabalhadores em Água, Esgoto e Meio Ambiente (Sintaema), lembrou que os trabalhadores têm perdido diversos direitos e destacou que uma das lutas do sindicato é contra o salário regional. “Trabalho igual deve ser remunerado igualmente, não importa qual seja a cidade”. Ele também repudiou a proposta do governo estadual de privatizar os parques estaduais e relatou a dificuldade dos trabalhadores do meio ambiente em negociar melhorias com a Fundação Florestal.
Sérgio Canuto, do Sindicato dos Eletricitários, disse: “O que estão fazendo com o serviço público equivale a acabar com a população”. Paulo Pasin, presidente da Federação Nacional dos Metroviários, defendeu a “unidade de classe contra as privatizações” e ressaltou que a política de privatizações “transforma a população em mera mercadoria”.
Eduardo Annunciato, o Chicão, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores de Energia, Água e Meio Ambiente (Fenatema) lembrou que “a máscara do bom gestor dos tucanos caiu” e que o “interesse público está sedo esfacelado pelo setor privado através das privatizações”. Ele também colocou que há uma série de trabalhadores do setor elétrico sofrendo diversos problemas de saúde devido à falta de boas condições de trabalho.
Fonte: Assessoria Alcides Amazonas