O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, participou na última quinta-feira (9), em Brasília, de um encontro com sindicalistas, representantes dos movimentos sociais e partidos políticos, entre eles o PCdoB e PSB.
O encontro, no Memorial Darcy Ribeiro, na Universidade de Brasília (UnB), organizado pela embaixada da Venezuela, foi um diálogo entre as lideranças brasileiras e venezuelanas com intuito de estreitar relações dos movimentos sociais e fazer um balanço sobre a situação atual da América Latina.
Durante a reunião, o presidente Nicolas Maduro explicou por que o Mercado Comum do Sul (Mercosul), deve ser um grande ímã e motor para a região. “Imã porque une e motor porque desenvolve, implanta força produtiva para a justiça social, para transformar nossa região em uma potência econômica, social, cultural, e se tornar um grande poder político para um mundo multipolar e multicêntrico”, disse Maduro
A CTB foi representada no encontro por Nivaldo Santana, vice-presidente; João Batista Lemos, secretário adjunto de Relações Internacionais; Joílson Cardoso, secretário de Política Sindical e Relações Institucionais, e Mário Teixeira, presidente da presidente da Federação dos Conferentes de Carga e Descarga, Vigias Portuários, Consertadores e Trabalhadores de Bloco (Fenccovib), que reforçaram o apoio da Central ao recém eleito presidente venezuela.
Participaram ainda o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores (Contag), Alberto Broch; da UNE, Daniel Ilhescu; do MST, João Pedro Stélide, e os deputados Glauber Braga (PSB), Luciana Santos (PCdoB-PE) e Vanessa Graziotin (PCdoB -AM).
Durante os debates Maduro fez uma referência à visao de Darcy Ribeiro na América Latina e sua visão na Venezuela. Maduro destacou os ideais vão ao encontro das bandeiras defendidas pelos movimentos soicais e a visão do presidente Hugo Chávez.
Maduro disse que continuará no mesmo curso instituido por Chávez para facilitar integração na América Latina e Caribe, investimento em mecanismo de integração, como o Mercosul. O presidente venezuelano anunciou ainda a criação de uma escola de formação de quadros dos movimentos sociais.
É a primeira visita do mandatário venezuelano à região após a eleição em abril, quando obteve o apoio dos líderes latino-americanos. Nas passagens pelos países vizinhos, Maduro defendeu o fim da suspensão do Paraguai do Mercosul, defendeu o fortalecimento do bloco e agradeceu o apoio à sua eleição.
Nicolás Maduro veio ao Brasil com o objetivo de incrementar as iniciativas de integração produtiva, segurança alimentar, políticas públicas, saúde e desenvolvimento social e tecnológico. Os dois países também apoiam iniciativas de cooperação trilateral no Caribe, cujo foco é baseado na agricultura familiar e no desenvolvimento social.
Para Joílson Cardoso o encontro teve uma importancioa histórica. “Maduro, motorista e oriundo do movimento sindical, e venceu a eleição com uma margem muito pequena, que nos trouxe um grande risco de retrocesso na América Latina como um todo. A vinda dele representou uma reafirmação dos compromissos e da visão que temos dessa integração e um gesto de gratidão, com os movimerntos aqui representados. Pela solidariedade que emprestamos na eleição da Venezuela”, afirmou Joílsom.
Para o sindicalista da CTB as perspectivas futuras são otimistas, não só do governo, mas principalmente no que diz respeito à integração dos movimentos sociais na América Latina.
Antes do encontro com os movimentos sociais, Nicolás Maduro reuniu-se com o ex-presidente Lula, considerado por ele o último dos fundadores dos movimentos de integração da América Latina. “Hoje, Lula nos banhou de sabedoria. Esteve uma hora nos dando experiência de sua luta. Vemos Lula como um pai. Um pai dos homens e mulheres de esquerda de nossa América Latina”, disse, durante declaração à imprensa.
A passagem pelo Brasil encerrou a visita de três dias aos países parceiros do Mercosul. A Venezuela assume no segundo semestre a presidência temporária do bloco regional, que, na visão de Maduro, nasceu em essência nas ideias de Hugo Chávez. “Esta visão nós escutamos pela primeira vez na Venezuela nos escritos de Chávez desde a prisão, em 1992. Desenhar o Mercosul. Naquela década de 1990, onde reinava o neoliberalismo, poderiam pensar que estava louco. Estava louco pela pátria grande.” O presidente venezuelano morto no último dia 5 de março tentou no começo da década de 1990 chegar ao poder por meio de um levante, ocasião em que acabou preso. Sete anos mais tarde, foi eleito.
Portal CTB