A diretoria da Companhia de Gás do Ceará (Cegás), em conversa com o Sindicato dos Petroleiros do Ceará e Piauí (Sindipetro CE/PI), regrediu nas negociações apresentadas pela ACT-2013 na última segunda-feira (15). Por isso, os trabalhadores podem parar por tempo indeterminado.
Na nova proposta, os trabalhadores receberiam um aumento de 5,58% retroativo a janeiro de 2013 e, a partir de 1º de junho, todos iriam para o nível 5 do PECS (Plano de Empregos, Cargos e Salários ainda não implantado, apesar de existir há mais de sete anos) o que representaria um aumento de 18,8% nos salários de todos os trabalhadores, além da média do “valor pouco maior” do vale alimentação, segundo o presidente da empresa, Antônio Cambraia, que ainda afirmou a impossibilidade de uma aprovação dos acionistas uma retroação salarial para janeiro de 2013.
“Se a gente levar em conta o prejuízo que a Cegás está dando aos trabalhadores por não ter implantado o PECS, a empresa deveria apresentar um reajuste maior do que retroagir corrigindo somente à inflação de janeiro, isso eu garanto”, disse o diretor do Sindipetro CE/PI, Irazer Lima.
Segundo estudos da categoria baseado na Associação Brasileira das Empresas Distribuidoras de Gás Canalizado (Abegás), a Cegás é a 3ª maior Companhia de Gás do Nordeste, em nível diário de venda de gás natural, mas os salários praticados na Companhia são inferiores à que vende o menor nível (Sergás).
A diretoria tinha assumido o compromisso, no dia da paralisação, de apresentar as faixas salariais praticadas nas demais companhias de gás do Nordeste, para desenvolver uma proposta envolvendo uma média praticada por elas, porém esse estudo não foi apresentado nessa reunião. Apesar disso, o Sindipetro CE/PI apresentou ao Cambraia um estudo analítico das faixas salariais, porém o presidente não quis se pronunciar sobre os motivos de não apresentarem valores médios dos salários do NE.
Desestímulo
Segundo Irazer, todos os trabalhadores querem fazer a Cegás crescer cada vez mais, mas que há um desestímulo muito grande, sendo o principal deles a falta de espaço que a empresa dá ao crescimento profissional do trabalhador.
“Quando a gente entra numa empresa grande, a gente tem uma visão de crescimento. Na nossa primeira conversa foi acordado que iriam investir nos funcionários. A empresa até incentiva o estudo dos trabalhadores, mas não contempla a categoria do pessoal do nível médio, por não darem espaço para eles crescerem com esse benefício, querendo mantê-los no quadro por um prazo determinado, sem um plano de crescimento por conta da ampliação de conhecimento”, contestou Irazer.
Em deliberação de assembleia que aconteceu logo após a reunião com o Cambraia, a categoria resolveu manter estado de greve, com indicativo de rejeição da proposta. Foi marcada assembléia para sexta-feira (19), para deliberar paralisação por tempo indeterminado.
Portal CTB com o Sindipetro