Em campanha salarial, professores do ensino privado de MG farão assembleia no dia 13

Dando prosseguimento às ações da Campanha Reivindicatória 2013, os professores de escolas particulares de Belo Horizonte vão promover no próximo sábado (13) uma nova assembleia, às 10 horas, na sede do sindicato (Rua Jaime Gomes, 198 – Floresta), com o objetivo de discutir o rumo do movimento. Até lá estão previstas reuniões de negociação com o patronal.

No dia 23 de março aconteceu a segunda assembleia da campanha reivindicatória deste ano. Os docentes voltaram a recusar a contraproposta patronal, que prevê retirada de direitos, e reafirmaram a pauta de reivindicações apresentada aos donos de escolas.

A categoria reivindica reajuste salarial de cerca de 12% (percentual que corresponde ao INPC acumulado mais a variação do PIB e um ganho real de 3%), equiparação dos pisos do ensino infantil ao do ensino médio, seguro de vida e regulamentação da educação a distância, além da manutenção das conquistas, já asseguradas na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Na assembleia, o presidente do Sinpro Minas, Gilson Reis, citou dados da economia para demonstrar que o cenário é favorável e permite avanços. Segundos divulgou na semana passada o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), 95% das 704 negociações salariais monitoradas em 2012 pelo órgão resultaram em reajustes salariais superiores à inflação, em média 1,96% acima. Foi o melhor desempenho para os trabalhadores desde 1996, quando a série histórica foi criada.

O Brasil também registra o menor índice de desemprego nos últimos dez anos. Em fevereiro, foram criados 123 mil postos de trabalho e, no ano passado, 1,3 milhão de vagas. Além disso, o nível de atividade econômica iniciou este ano em alta de 1,29% (dados de janeiro, em comparação a dezembro), conforme divulgou o Banco Central.

“As condições objetivas para avançarmos estão colocadas. Apesar da crise externa, o mercado interno continua aquecido e com projeção de continuidade da expansão não só da massa salarial, mas do Produto Interno Bruto como um todo. São dados que nos demonstram claramente que o cenário é positivo e não há razões para os donos de escolas se recusarem a atender nossas reivindicações”, afirmou Gilson Reis, que não descartou a possibilidade de uma paralisação das atividades.

O diretor José Carlos Areas lembrou do aumento das mensalidades em índices superiores ao da inflação e disse que o ensino privado é um dos setores mais rentáveis na economia. “Não há justificativa para que eles não repassem uma pequena parte desses lucros para melhorar as condições de vida e trabalho dos professores”, afirmou.

Já o diretor Newton Pereira de Souza criticou a posição dos donos de escolas de só discutir novas conquistas desde que antigos direitos sejam retirados e falou da importância de ampliar a mobilização para garantir avanços. “Precisamos ampliar a mobilização para pressioná-los a negociar nossa pauta e atender nossas reivindicações”, destacou.  

Durante a assembleia, professores também criticaram a precarização das condições de trabalho e manifestaram a necessidade de os donos de escolas valorizarem a profissão docente. “Vamos ampliar nossa união e envolver a sociedade nesse debate. Precisamos melhorar as condições de trabalho e salariais para avançarmos na qualidade da educação”, ressaltou Gilson Reis.

Portal CTB com Sinpro Minas

 

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