A APLB-Sindicato ocupou a Tribuna Popular da Câmara Municipal de Salvador, na sessão da última segunda-feira (11). A diretora Jacilene Nascimento fez uma abordagem sobre a situação da educação na rede municipal, com ênfase na questão do Alfa e Beto, programa amplamente rejeitado pela categoria.
Em sua exposição sobre os motivos para a rejeição ao referido programa, a diretora da APLB assinalou que o Alfa e Beto vai de encontro às diretrizes municipais que vêm sendo construídas pelos educadores soteropolitanos, em consonância com a LDB 9394/96, com os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), e do Conselho Municipal de Educação.
A diretora destacou que o programa contém textos que violam a laicidade da escola pública e assumem uma perspectiva preconceituosa. “Produz uma cultura sexista, racista e enfraquece uma luta histórica da Educação que propõe a interação com os alunos”. Ela desabafou: “Não podemos chamar de opcional o direito de ser racista. Isso não é direito, é um crime”, afirmou.
Jacilene contestou também a forma de aquisição dos kits do material didático do programa, através Instituto Alfa e Beto, com um custo de R$ 12,3 milhões e sem licitação, bem como o fato de a gestão do prefeito ACM Neto (DEM) não ter realizado uma prévia consulta aos professores e coordenadores pedagógicos para avaliarem se o Programa correspondia ou não às necessidades dos alunos da rede.
Por convite dos vereadores Aladilce Souza e Everaldo Augusto, ambos do PCdoB, a representante dos professores apontou que o Programa Alfa e Beto contraria o Pacto Pela Educação adotado nas escolas desde o ano passado sem nenhum custo para a Secretaria Municipal de Educação; além de trazer uma grade curricular tradicionalista que apresenta limitações no fazer pedagógico, transformando o professor num mero executor de atividades previamente estabelecidas, sem oferecer a este profissional o direito de escolhas que possam suprir as necessidades de aprendizagem dos alunos, não respeitando a identidade, criatividade e criticidade dos educandos.
A professora Jacilene criticou também a falta de condições de trabalho na rede, defendendo como prioridade a convocação dos professores, coordenadores pedagógicos e merendeiras concursados, bem como a oferta de infraestrutura para o bom funcionamento das escolas.
Fonte: APLB Sindicato