Uma grande vitória da classe operária: ocupação de Brasília!

A capital federal passou por momentos de muita alegria por parte da classe operária do dia 6 de março. É que Brasília foi ocupada por milhares de trabalhadores da ativa e aposentados, e das categorias as mais diferentes.

Todos os presentes vieram de todos os estados brasileiros. Quantos milhares? Os números são os mais variados. Para alguns órgãos de imprensa, foram uns 30 mil, para os organismos da Segurança Pública, os números atingiram quase 50 mil pessoas. Mas, de certa forma, tais números não têm a mesma importância de um fato que exige muita reflexão.

É que as centrais sindicais tomaram uma grande iniciativa, determinando que suas bases tomassem as providências necessárias para levar até a capital federal os seus representados. E isto aconteceu, com muito empenho da militância operária, para que a 7ª Marcha, como foi denominada, desse o respaldo necessário para as lideranças das centrais durante a entrega de um documento à presidenta Dilma, contendo várias reivindicações e propondo as negociações necessárias.

Os temas como a extinção do famigerado Fator Previdenciário e um reajuste adequado para as aposentadorias se juntaram a reivindicações como a fixação de 10% das verbas orçamentárias federais para a área da saúde e o mesmo percentual para a educação. E temas como a reforma agrária, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais também foram colocados no documento. E passam a fazer parte da luta que agora será mais constante e contará com o entendimento entre os vários segmentos operários.

Mas quais serão os próximos passos? Qual o calendário a ser observado pelas bases, a partir da extraordinária manifestação? Este é um grande desafio, mais um a fazer parte do processo de luta. No retorno de Brasília, por certo as centrais deverão determinar que suas bases promovam reuniões, plenárias, assembleias, enfim, amplos debates para que todos os temas sejam bem entendidos pelos principais interessados, os trabalhadores.

E todas as formas de mobilizações precisam ser discutidas e preparadas de modo a ter a devida repercussão. Não basta ter uma pauta encaminhada ao governo federal. Mais do que isto, cada base deverá discutir a forma de pressão a ser exercida sobre os parlamentares da sua região para que estes apoiem as reivindicações.

Outra questão que não pode ser deixada de lado é que a proposta encaminhada deverá ser negociada. Mas para que isto aconteça, é fundamental a pressão. Todo o operariado precisa ser conscientizado de que precisa participar de uma luta, para obter os resultados desejados. E este deve ser o compromisso tanto do pessoal da ativa como dos aposentados, somando a luta com o movimento estudantil, com os trabalhadores rurais e todos os segmentos populares.

Este por certo é um dos maiores desafios do movimento operário. E  que esta seja a retomada de muitas Marchas a Brasília, tantas quanto forem necessárias.


Uriel Villas Boas é secretário de Previdência Social da FITMETAL.

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