Terceirizados de Cemitério em Fortaleza “cruzam os braços” por falta de pagamento

Na manhã desta sexta-feira (01), cerca de 30 trabalhadores que prestam serviço no cemitério Parque Bom Jardim, em Fortaleza (CE) promoveram um ato e decidiram paralisar “cruzar os braços”. O motivo é o atraso salarial, atraso do vale alimentação e transporte e o realinhamento salarial ainda de 2012, por parte da empresa MAP.

O cemitério público, mantido pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, realiza 15 enterros por dia.

Durante o ato, Maria da Penha, presidente do Sindicato dos Empregados em Empresa de Asseio e Conservação e Administração de Imóveis Comerciais, Residenciais, Flats, Imobiliária e Limpeza Publica do Estado do Ceará (Seeaconce), que é filiado à CTB, deunciou à população e à imprensa presente a situação dos trabalhadores, que são terceirizados. “Esses pais de familia estão sem receber salários e benefícios como os vales alimentação e transporte desde dezembro. Isso é uma absurdo”.

No início da tarde desta sexta-feira, a dirigente tentou uma negociação com os representantes da empresa, que se comprometeram a pagar o salário referente ao mês de dezembro. “Eles prometeram a pagar os salários de dezembro, mas o de janeiro não há previsão”. De acordo com Maria da Penha, a alegação da empresa é que a prefeitura não faz o o repasse desde o final de 2012. Na segunda-feira (04) o sindicato se reunirá com trabalhadores que decidirão se aceitam, ou não, a proposta da empresa.

Onda de demissões

Os trabalhadores terceirizados de Fortaleza enfrentam um cenário preocupante. Desde o final do ano passado, as atitudes tomadas pela Prefeitura tem promovido uma onda de demissões no setor. Até agora foram demitidos cerca de 200 trabalhadores.

Durante a semana os sindicalistas participaram de uma audiência no Ministério Público, com a presença de representantes da Secretaria de Educação e de Saúde, das Regionais e da Procuradoria do Estado, para tratar da situação.

“A prefeitura tem, constantemente, devolvido os trabalhadores à empresa, que sem ter como alocá-los enonctra saída na demissão. A empresa afirma que sem o repasse da prefeitura não tem como pagar os trabalhadores. A prefeitura afirma que não tem saldo em caixa por culpa da gestão anterior. É um caos”, afirma Maria da Penha, que completa: “Enfrentamos uma luta diária, mas em defesa dos trabalhadores vamos recorrer à todas as instâncias do poder público”.

Também na segunda-feira, o sindicato se reúne com o procurador do estado Francisco Parente Vasconcelos para encontrar uma solução para a categoria.

Fundado em 1998, o Seeaconce conta com mais de 7 mil trabalhadores filiados  e é responsável por várias conquistas para os trabalhadores na limpeza pública como  cesta básica, café da manha, vale alimentação e também  o dia da categoria (5 de outubro).

Cinthia Ribas – Portal CTB

 

 

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