Nada a comemorar e muito pelo que lutar, com esse espírito centenas de trabalhadores saíram as ruas da capital baiana, na última quinta-feira (24), Dia do Aposentado. Com faixas, camisas, cartazes e um carro de som, eles cobravam mais respeito, benefícios dignos e políticas de valorização do idoso. Este ano, o reajuste de 6,20% concedido às aposentadorias e pensões e o fim do fator previdenciário marcaram as bandeiras do protesto, promovido pela Federação das Associações de Aposentados, Pensionistas e Idosos (FEASAPEB).
A atividade que reuniu sindicatos filiados, contou com a apoio da CTB Bahia, além de entidades parceiras como a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (COBAP) e a APLB Sindicato.
“A nossa luta tem de ser para derrubar o veto ao fator previdenciário, que só veio para tirar direito dos aposentados”, disse o dirigente da CTB Bahia, Ailton Araújo. Segundo ele, a medida que reduz em quase 40% as aposentadorias é uma dupla tributação e não pode ser aceita pelos trabalhadores. “Não concordamos com o discurso de que a Previdência está falida e os aposentados devem continuar repassando a contribuição mesmo após ter feito isso por 30 ou 35 anos”, disse ao alertar que o governo deve é cobrar dos sonegadores e fiscalizar os recursos que são desviados para outros fins.
A presidente da Feasapeb, Marise Sansão, ressaltou que o dia é de luta, pois não se pode comemorar perdas. “O achatamento dos benefícios é uma realidade. A queda do poder aquisitivo do segmento se dá ano após ano e evidencia a disparidade entre o reajuste dado as aposentadorias em relação ao índice concedido ao Salário Mínimo”, destacou sobre o aumento de 6,15%, que não recupera as perdas inflacionárias, enquanto o mínimo recebeu reajuste de 9%.
Os sindicatos filiados à CTB também estiveram presentes ao protesto. A APLB Sindicato liderou os trabalhadores aposentados da Educação. Vestindo camisas com os dizeres “Aposentado sim, ativo sempre!” e carregando faixas exigindo o pagamento da URV, eles revelavam o espírito de luta da categoria. Ailena Freitas, aposentada há 13 anos, destacou a motivação do movimento. “Tem que fazer sempre um movimento assim. Se pararmos é pior. A parceria dos sindicatos fortalece o nosso grupo. Temos que continuar lutando”, afirmou.
Fonte: CTB-BA (foto: Walmir Cirne)