Depois de dois anos consecutivos em queda, o desemprego no mundo aumentou em 2012. No ano passado, cerca de 197,3 milhões de pessoas estavam sem trabalho, quase cinco milhões a mais do que em 2011, segundo o relatório “Tendências Mundiais de Emprego 2013”, da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
A expectativa da OIT para este ano é a de que o desemprego cresça ainda mais, chegando a atingir 202 milhões de pessoas até o final de 2013, 204,9 milhões até 2014 e 210 milhões até 2018. Segundo o relatório, a recuperação da economia mundial não será forte o suficiente para reduzir as taxas de desemprego rapidamente.
O pico de desemprego na última década foi em 2009, ano da crise financeira internacional, com mais de 198 milhões de desempregados. Em 2010 e 2011, houve recuperação, com a queda do número de pessoas sem emprego – 194,6 milhões, em 2010; e 192,8 milhões, em 2011.
As regiões onde foram registradas as taxas mais altas de desemprego foram o Norte da África (10,3%), o Oriente Médio (10%) e o grupo das chamadas “economias desenvolvidas” (8,6%) – que inclui os Estados Unidos, o Reino Unido, o Japão, a Espanha e Portugal.
Em contraponto, as três regiões com os índices mais baixos de desemprego estão na Ásia: no Sul da Ásia (3,8%), na Ásia Oriental (4,4%) e no Sudeste Asiático (4,5%). A região da América Latina e do Caribe, grupo em que está o Brasil, ficou com taxa de 6,6%.
Jovens do primeiro mundo
De acordo com o levantamento, para os mais jovens o mercado de trabalho é pior na atualidade. Quase 74 milhões de pessoas entre 15 e 24 anos estão desempregadas, uma taxa equivalente a 12,6%.
Além disso, entre essa faixa etária o desemprego é cada vez mais prolongado: ele durou entre seis meses e um ano para cerca de 35% dos jovens desempregados em economias consideradas desenvolvidas, em especial na Europa e nos Estados Unidos.
Como resultado, um número cada vez maior de pessoas entre 15 e 24 anos “tem perdido as esperanças em encontrar um emprego e desistido do mercado de trabalho”, segundo o estudo.
Entre os países europeus, o problema é ainda maior, com 12,7% de todos os jovens do continente sem emprego e sem estar estudando ou fazendo cursos de treinamento, uma taxa dois pontos percentuais maior do que no período pré-crise.
“Esses longos períodos de desemprego e desânimo no início da carreira de uma pessoa podem prejudicar as suas perspectivas de longo prazo, uma vez que suas habilidades profissionais e sociais, além da experiência prática, não são construídas”, diz o relatório.
Com agências