A Organização Internacional do Trabalho (OIT) fez uma avaliação positiva do mercado de trabalho e das condições de emprego na América Latina e no Caribe. De acordo com o estudo Panorama Laboral 2012, divulgado nesta terça-feira (18), a região “passa por seu melhor momento, apesar do contexto de crise internacional. A expectativa da OIT é que o nível de desemprego na região atinja 6,2% em 2014 – nível considerado histórico nesses países.
Segundo o Panorama Laboral, os países latino-americanos e caribenhos têm de aproveitar a situação favorável para reparar possíveis déficits e atingir as expectativas de desenvolvimento, sem descuidar da disciplina nas contas nacionais – cujo déficit fiscal pode levar à inflação, à fuga de capitais, ao endividamento interno e externo, à desvalorização e ao desemprego.
Um dos destaques para a situação favorável são as políticas de salário mínimo e valorização dos salários reais. Em média, os mínimos aumentaram 6% e os salários reais, 3%. Outros pontos positivos mencionados foram o estímulo à produtividade, a abertura dos mercados, os investimentos e o uso racional dos recursos públicos, por meio da intervenção positiva do Estado.
As consequências desses fatores no mercado de trabalho foram as melhorias na qualidade dos empregos, com expansão dos postos de trabalho assalariado e formal, o que permitiu avanços na cobertura da seguridade social nas áreas da saúde e da previdência – que chega, em média, a 60% da população da região. Geralmente, o trabalho assalariado é um sinal de formalização, enquanto o trabalho autônomo está relacionado, na maioria dos casos, à informalidade.
No Brasil, Chile, Panamá, na Colômbia e Venezuela houve crescimento entre 2,3% e 5,5% do emprego assalariado. Na Argentina, por outro lado, houve decréscimo de 2,2%.
A OIT enfatizou, no entanto, que esse panorama não deve fazer com que os países da América Latina e do Caribe descuidem de suas políticas nacionais. “É necessário estar atento para o momento de incerteza internacional. O bom prognóstico regional pode mudar com essa globalização volátil”, disse o Panorama 2012.
Na região, há quase 15 milhões de pessoas desempregadas, 20 milhões de jovens chamados “nem nem” (que não estudam ou trabalham), 167 milhões de pessoas em situação de pobreza e 90 milhões sem cobertura previdenciária.
Fonte: Agência Brasil