O Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul e Região realizou assembleia hoje pela manhã, 17 de dezembro, com os trabalhadores do Grupo Randon. Cerca de 6 mil trabalhadores paralisaram as atividades por cerca de uma hora. A mobilização teve como motivação protestar contra as declarações de um dirigente da empresa, que recentemente ao anunciar a instalação de uma fábrica em Araraquara (SP), colocou a culpa desses investimentos fora da cidade nos trabalhadores, acusando a categoria metalúrgica e seu sindicato de “terrorista” e de fazer “ações ilegais”, referindo-se à greve e aos fatos ocorridos no 12 de fevereiro de 2010.
Conforme o presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos, Leandro Velho a declaração do dirigente destoa o respeito mútuo que deveria haver em relação entre empresa e sindicato. “Esta postura não combina com a democracia e não reconhece o papel social do Sindicato, além disso, é direito assegurado na Constituição que os trabalhadores podem se manifestar. Desrespeitando a entidade estão automaticamente desrespeitando os trabalhadores”. Velho destacou ainda que, a entidade não é contra o desenvolvimento das empresas e aos investimentos. “Não somos contra o crescimento das empresas, somos contra o desenvolvimento às custas do trabalhador. Não podemos permitir que se façam altos investimentos e ao mesmo tempo o trabalhador seja desrespeitado.”
Durante a assembleia o presidente em exercício salientou que conversou com o sindicato da categoria em Araraquara e que não há acordo algum com a Randon. “A luta dos trabalhadores é universal, tanto aqui, quanto lá os direitos dos metalúrgicos serão exigidos pelos representantes da categoria. A Randon tem muitos problemas, é a empresa que mais tem processos trabalhistas na cidade. É por isso que o sindicato precisa estar presente e lutando pelos trabalhadores.”
No dia 12 de fevereiro de 2010 ocorreu uma mobilização justa dos trabalhadores da empresa frente ao desrespeito na PLR que apresentava um valor ínfimo de R$ 70. A greve foi decisão dos trabalhadores com o apoio do sindicato, diante da postura intransigente e antidemocrática da empresa, que se negava a negociar. Porém, uma interferência autoritária da polícia militar, chamada pela empresa, fez com que aquele movimento pacífico terminasse com trabalhadores e dirigentes sindicais sendo barbaramente agredidos e presos. Aquele fato gerou comoção nacional e até um pronunciamento do Ministério do Trabalho.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Caxias do Sul