“A nossa luta somente terminará quando o Estado da Palestina se tornar uma realidade.” Com essa fase emblemática, o embaixador da Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, sintetizou a realização do Fórum Social Mundial Palestina Livre, que se iniciou nesta quarta-feira (28), em Porto Alegre. Cerca de 160 atividades promovidas por movimentos sociais, organizações não governamentais e comitês de solidariedade de mais de 20 países compõem a programação que terá como ato final em 1º/12 com a Assembleia dos Movimentos Sociais.
O ato de maior destaque ocorrerá nesta quinta-feira (29/11) com a marcha que percorrerá as principais ruas do centro da capital gaúcha, às 17 horas. Exatamente no dia em que a Palestina deverá ser aprovada pela Organização das Nações Unidas (ONU) como Estado-observador (como é o caso do Vaticano). O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, está em Nova York, onde acompanhará essa votação histórica.
“Vamos seguir trabalhando para que a Palestina seja um Estado, para que Israel também seja um Estado, ambos respeitando os direitos internacionais. Hoje, o Estado de Israel não reconhece Estado da Palestina e é por isso que nós estamos aqui. Esse Fórum, que se realiza em Porto Alegre, capital da convivência com a diversidade, está sendo realizado contra qualquer discriminação”, disse o embaixador palestino durante a concorrida entrevista coletiva, realizada na Usina do Gasômetro, local cedido pela Prefeitura.
“Queremos discutir de forma civilizada a situação do povo palestino, de maneira solidária, para não dar nenhum pretexto para aqueles que não querem uma Palestina livre. Pedimos à comunidade israelense de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil que nos apoiem para que juntos tenhamos a Palestina livre. Um país livre não pode ser ocupado, não pode sofrer repressões. Queremos uma Palestina com todos vivendo em paz, harmonia e tendo em vista um futuro digno para todos. A última agressão à Gaza não é uma forma civilizada de convivência entre países vizinhos. Não queremos ser bombardeados”, afirmou Ibrahim Al Zeben.
Ao conclamar todos os participantes para que contribuam com criatividade, pensamento e ação pelo sucesso do Fórum, o embaixador da Palestina finalizou: “Esperamos não ter que realizar outros Fóruns, pois queremos um Estado da Palestina livre muito em breve. Esperamos que Israel admita que nós existimos e que essa agressividade chegue ao fim para que os dois Estados possam viver em paz e harmonia. A todos, a nossa gratidão e reconhecimento pela solidariedade do povo brasileiro, ao governo do Estado, às centrais sindicais e a todas as entidades participantes Quem sabe surja nesse Fórum realizado no Brasil, a solução definitiva para que Palestina e Israel possam finalmente conviver de maneira pacífica”.
Prestigiaram a coletiva do embaixador Ibrahim Al Zeben, em um ato coletivo de solidariedade à causa palestina, o presidente da Federação Palestina do Brasil, Elayyan Aladdin; o vice-presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Marcelo Sallum; a presidente do Conselho Mundial da Paz, Socorro Gomes; a presidente da Federação Democrática Internacional de Mulheres, Liège Rocha; o secretário de relações internacionais da CUT, João Felício; o presidente nacional da UNEGRO, Edson França; o presidente da CUT/RS, Claudir Nespolo; o presidente da CTB/RS, Guiomar Vidor; o presidente da UGT/RS, Paulo Barck; o dirigente nacional da Força Sindical, Antonio Marcicano; a secretária nacional de mulheres do PCdoB, Liege Rocha, o dirigente do Partido Pátria Livre, Nataniel Bahia; e a diretora da Federação Nacional dos Médicos, Maria Rita.
Fonte: CTB-RS