Relendo “memórias do Cárcere”
Vi que não merecemos ser atropelados pelos desenganos
Temos que ter perseverança
Se assim pensa, nos tornamos Hermanos
Somos todos companheiros
Agindo como verdadeiros seres humanos.
Foi assim filosofando
Que resolvi homenagear o Romancista Graciliano Ramos
Um autodidata da nossa literatura
Um grande alagoano
Em matéria de romance
Um Homero relatando a luta entra gregos e troianos.
Um grande intelectual
De visão literária rara
Descreveu o povo nordestino
De forma brilhante e clara
Em “Vidas Secas”
Mostrou como esse povo com esse fenômeno se depara.
Foi preso e perseguido pelo “Estado Novo”
Era um valoroso Militante do Partido Comunista
Apaixonado pelo mundo coletivo
Defendia a bandeira socialista
Um patriota exaltado
Nunca teve medo de enfrentar o lixo cultural capitalista.
Um camarada esplendoroso
Entusiasta da mudança
Era amigo de Carlos Prestes
“Cavaleiro da Esperança”
De Jorge Amado, Maringuela, Amazonas…
Hoje somos herdeiros dessas majestosas crianças.
“Vidas Secas”
Demonstra um povo martirizado
A seca além de ser um fenômeno natural
O sertanejo tem que viver com uma elite mesquinha em cada povoado
A vida do nordestino
É um todo do humano perturbado.
Um romance eterno de nossa literatura
Uma obra fenomenal
O castigo do presente e o medo do futuro
São ingredientes desse mundo real
A seca do Nordeste, o egoísmo humano, as guerras…
Parece que “Vidas Secas” é uma coisa tão universal.
Só vejo a caatinga
Na planície avermelhada
Nos céus só urubus
Não posso deixar meu filho ser comido como carniçada
Nem que a viagem seja longa
E que seja difícil à caminhada.
“Vidas Secas” retrata:
A valentia do povo nordestino.
Assim como luta contra a opressão
O povo palestino.
Nessas duas regiões com seca ou com guerra
Sofrem: homens, mulheres, velhos e meninos.
Além de Vidas Secas, memórias do Cárcere, São Bernardo, Caetés…
Outras obras encantam seus leitores
Seu universo é uma busca
Pra mexer com a sociedade conservadora e seus valores
Conta à alma de nosso povo
Esculpida com personagens sofridos, porém, guarnecido de muitos amores.
Viveu no Cárcere
Enfrentando a mais profunda solidão
Nem os ratos e as baratas
Tiraram-lhe a sede pela revolução
O seu exemplo de vida
Nos ensina a viver pela razão.
Que exaltemos a nossa cultura
Os literatas desse grande Brasil
O livro é uma arma
Contra a ignorância fútil
Viva Graciliano Ramos!
Um menestrel dessa Pátria Mãe Gentil.
Por Francisco Batista Pantera, professor, pornalista, poeta e presidente da CTB/RO.