“O Fator Previdenciário é um câncer que precisa ser extirpado”. Com essa afirmação, o presidente da Câmara dos Deputados, Marco Maia (PT/RS), justificou a inclusão em pauta, a partir do dia 20 deste mês, da votação pelo fim do Fator Previdenciário que tantos prejuízos causam aos trabalhadores que se aposentam. Criado no governo FHC, sua extinção chegou a ser aprovada pela Câmara durante o governo Lula, mas o então presidente usou seu poder de veto para mantê-lo.
Esse ano há consenso de que será novamente aprovado, apesar da ministra de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, ter feito pressão em nome do governo, que não quer a sua votação esse ano. Mas Marco Maia fez questão de incluí-lo na pauta antes do final de seu mandato.
O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, constatou o tamanho dessa polêmica nas dezenas de faixas e cartazes afixados pelas centrais sindicais no trajeto do Aeroporto de Brasília até o Congresso, nesta terça-feira (6/11). Ele esteve acompanhado pelos dirigentes sindicais José Francisco Providel (presidente do SEAACOM), Flávia Santos da Silva (SINDESC), Angelita Souza e Ivete Teixeira (Sindicomerciários de Caxias do Sul), Cristine Colombo (Sindicomerciários de Farroupilha) e Oberlan Palma (Sindicato dos Empregados no Comércio de Santa Maria) em todos os gabinetes dos 31 deputados federais do Rio Grande do Sul para solicitar apoio pelo fim do Fator Previdenciário.
“É nossa expectativa de que, finalmente, seja construída uma proposta que restitua a dignidade do trabalhador brasileiro quando de sua aposentadoria, após anos de trabalho e de contribuição para o desenvolvimento do país”, afirma um trecho da correspondência assinada pelo presidente da CTB-RS.
Ao receber a delegação gaúcha, o deputado Assis Melo (PCdoB), afirmou: “Ainda há por parte do governo uma visão fiscalista e não de um projeto social, amplo, de garantir direitos e qualidade de vida aos trabalhadores. Não é justo buscar o equilíbrio fiscal retirando direitos dos trabalhadores que não são responsáveis por essa política de juros altos”, criticou Assis Melo.
O presidente da CTB-RS considerou “extremamente positiva a receptividade dos deputados federais gaúchos. E adiantou os próximos passos até o dia 20, quando o fim do Fator Previdenciário começará a ser debatido na Câmara.
“Já conversamos com o presidente nacional da CTB, Wagner Gomes, e na próxima semana as centrais sindicais vão desencadear o processo de mobilização e deslocar companheiros até Brasília no período em que o Fator Previdenciário entrar em pauta. Ao mesmo tempo, vamos pressionar o Governo Federal para que apresente proposta alternativa pela supressão definitiva do Fator Previdenciário, que tanto prejuízo tem provocado na classe trabalhadora. Também queremos construir uma política permanente de reajuste aos aposentados que recupere as perdas dos últimos anos em relação ao reajuste do salário mínimo nacional”, antecipou Guiomar Vidor.
Emanuel Mathos – Jornalista CTB RS