O desemprego na Espanha aumentou no terceiro trimestre de 2012 a 25,02% da população, em meio à recessão e às políticas draconianas de austeridade. No final de setembro, a Espanha tinha 5.778.100 de desempregados, 85.000 a mais que no trimestre anterior, um aumento que acelerou após o fim da temporada de verão, segundo o Instituto Nacional de Estatística.
A taxa de desemprego no fim do segundo trimestre era de 24,63%. O número de residências nas quais todos os membros estavam sem trabalho alcançou 1.737.900, um décimo do total das casas espanholas. As notícias ruins no mercado de trabalho afetam ainda mais o ambiente no país, que deve permanecer em recessão. O Banco da Espanha prevê para o terceiro trimestre uma queda do PIB de 0,4% enquanto o governo projeta um retrocesso de 1,5% para o conjunto do ano.
Para reduzir o enorme déficit público, a Espanha iniciou um programa de austeridade com o objetivo de cortar 150 bilhões de euros entre 2012 e 2014, sendo 39 bilhões em 2013, o que complica a retomada do crescimento e do emprego. O governo previa um desemprego de 24,6% para este ano. As medidas anunciadas incluem aumento de impostos, entre eles o IVA, cortes salariais entre os funcionários, uma redução do seguro desemprego e reduções orçamentárias em setores como saúde e educação.
O descontentamento social cresceu nos últimos meses ante esta política de rigor que estrangula em grande parte a população. Uma greve geral foi convocada para 14 de novembro. Entre as 17 regiões autônomas da Espanha, Andaluzia, no sul, a mais povoada com 8 milhões de habitantes, continua sendo a mais castigada, com 35,42% de desempregados, uma cifra em contínuo aumento. Andaluzia padece com um setor da construção derrubado desde a explosão da bolha imobiliária em 2008.
As menos afetadas são as regiões do norte do país, Navarra (14,95%), País Basco (15,48%) e Cantabria (15,71%). A Catalunha, região tradicionalmente rica e atualmente agitada por um fervor separatista, também acusou uma porcentagem de desemprego de 22,56%. Por atividade, o número de desempregados aumentou no setor da construção (56.100 empregados a menos), nos serviços (32.700) e na agricultura (11.900), enquanto que diminuiu levemente na indústria (3.700 empregos a mais). Segundo previsões do governo, a Espanha terá 24,6% de pessoas buscando emprego no final de 2012, antes de uma leve redução em 2013, de 24,3%, que poderá se confirmar em 2014 com uma queda para 23,3%.
Fonte: Portal Terra