A diretoria do Sindicato dos Metroviários de São Paulo levou a categoria a mais uma derrota. Nesta terça-feira (23), reunidos em assembleia em sua sede, os dirigentes optaram por desmobilizar os trabalhadores, que se preparavam para entrar em greve nesta quarta-feira (24).
Os metroviários de São Paulo decidiram aprovar a proposta de pagamento da participação dos resultados (PR) feita pelo Metrô e cancelar a greve. Em audiência de instrução e conciliação no Tribunal Regional do Trabalho da 2ª região (TRT) na tarde desta terça-feira, ficou acertado que o cálculo da PLR obedecerá aos critérios do último ano, e o pagamento será feito em fevereiro de 2013. Os trabalhadores do Metrô aprovaram o acordo na assembleia.
O pedido da categoria, inicialmente encampado pelo Sindicato, era de pagamento de PR igual para todos os funcionários. No entanto, o que ficou acertado é que todos os empregados da empresa receberão como PR uma parcela fixa de R$ 3.251,15, além de 40% do salário nominal. “A atual diretoria jogou uma ilusão sobre a categoria nessa questão da PR igualitária. No final das contas, não mudou nada”, afirmou Flávio Godoi, dirigente da CTB-SP e da Federação Nacional dos Metroviários (Fenametro).
Godoi também critica a postura da atual diretoria, que aceitou o intervalo de 20 dias proposto pela Justiça para decidir pela greve da categoria. Inicialmente, a paralisação estava marcada para o dia 4 de outubro, mas o Metrô teve 20 dias para rediscutir as reivindicações dos trabalhadores. “Em 2007, quando a atual direção era oposição, o prazo de cinco dias era criticado”, relembra.
Falta de mobilização
Para Godoi, a crítica maior que pode ser feita ao resultado da assembleia desta terça-feira é a falta de mobilização que se viu durante toda a discussão que antecedeu a possível greve. “Isso enfraquece muito nossa luta. Antes nós éramos chamados de legalistas, mas eles estão fazendo tudo exatamente como o tribunal manda”, explica.
Outro ponto considerado fundamental por Godoi é a retomada da Campanha Salarial deste ano, pois suas principais reivindicações não foram alcançadas. “Concluída” em maio, após 90 dias nenhuma das questões mais relevantes foi resolvida.
“Não foram atendidas nossas reivindicações de redução da jornada, PR igualitária, plano de carreira, equiparação salarial e periculosidade sobre todos os vencimentos. Pior do que isso: a atual direção fechou um acordo coletivo desvinculado da proposta de PR. Diante desse cenário, nossa proposta é retomarmos imediatamente a campanha salarial”, explicou o dirigente.
Portal CTB