O presidente da CTB Bahia, Adilson Araújo, comemorou a decisão do governador Jaques Wagner, tomada nesta quinta-feira (11), de suspender o horário de verão no estado. Wagner voltou atrás do anúncio da adesão da Bahia ao novo horário, que aconteceria no próximo dia 21.
Araújo avaliou como acertada a decisão tomada pelo governador. “Ele correspondeu a esse anseio da classe trabalhadora. A medida é importante porque o governo volta o olhar sensível para os trabalhadores e não cede às pressões de setores da economia”.
Na última quarta-feira (10), o presidente da CTB-BA e outras lideranças sindicais se reuniram com o governador, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), para formalizar a contrariedade à medida. Na ocasião, um documento contendo os argumentos da categoria foi entregue.
“A adoção da mudança poderia trazer muitos transtornos ao trabalhador da produção, da construção civil, principalmente, que teriam que antecipar em 1h e prolongar por mais 1h o trabalho e, portanto, aumentar a jornada”, explica o presidente.
Além disso, a alteração do horário poderia causar mais riscos de acidentes, aumentar o índice de doenças relacionadas ao trabalho, porque elevaria a carga de trabalho, o estresse e o desgaste físico, ainda segundo Adilson Araújo. “As perdas na atividade laboral seriam maiores do que os ganhos com economia de energia”, defende.
A Bahia era o único estado do Nordeste onde haveria horário de verão. Com saída do estado, a alteração nos relógios só acontecerá nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
Desde 2011, as centrais sindicais reclamam o fato de o governo ter adotado o horário. “Ano passado, manifestamos nossa posição no Conselho de Desenvolvimento Econômico do Estado, exatamente por conta da inquietação da classe trabalhadora que não admite isso. Pelo contrário, uma das reivindicações históricas no Brasil é a redução da jornada de trabalho”, avalia.
Para Adílson Araújo, a reivindicação dos setores empresariais é meramente mercantil, porque do ponto de vista da economia, está comprovado de que a redução dos gastos é pouca e a geração de emprego, quase nada. “Nessa época, o que há é o trabalho precário e sazonal, típico do período do verão.”
O encontro aconteceu na Governadoria, no Centro Administrativo da Bahia (CAB), e contou ainda com as presenças dos secretários estaduais de Comunicação, Robson Almeida, e de Relações Institucionais, César Lisboa.
Portal CTB com informações de Erikson Walla e Ana Emília Ribeiro