A audiência entre representantes do Metrô e dirigentes do Sindicato dos Metroviários de São Paulo acabou no final da tarde desta terça-feira sem acordo entre as partes. A proposta da desembargadora Rilma Hemetério, do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 2ª Região, é que os trabalhadores suspendam o aviso de greve por 20 dias. A decisão sobre a suspensão da greve será tomada na assembleia dos metroviários marcada para esta quarta-feira (03).
Durante o prazo dado pela Justiça, empresa e trabalhadores devem negociar uma nova proposta. Na última quinta-feira (28), os metroviários haviam aprovado uma paralisação por tempo indeterminado a partir da próxima quinta-feira (04).
Categoria decide
Os representantes do sindicato afirmam que irão levar a proposta para a categoria avaliar. Se a greve for decretada, começa na meia-noite de quarta-feira para quinta. Para os dirigentes do Sindicato, o objetivo é resolver o problema, sem prejudicar a população.
Na audiência, o advogado da empresa se comprometeu a negociar no prazo determinado, caso os trabalhadores aceitem em assembleia a proposta do TRT.
As principais reivindicações dos metroviários são participação nos resultados (PR) igual para todos os funcionários e pagamento de parcela antecipada de abril de 2013 para outubro, além de melhoria na jornada de trabalho.
Na segunda-feira, a desembargadora Rilma Hemetério concedeu liminar atendendo pedido do Metrô para determinar que os metroviários mantenham 100% da operação em São Paulo nos horários de pico (entre 6h e 9h e entre 16h e 19h) e 90% nos demais horários, em caso de paralisação. De acordo com o Metrô, se houver descumprimento da decisão, a multa diária é de R$ 100 mil.
O TRT informou que, na audiência, a desembargadora manteve a liminar. Isto significa que, caso os trabalhadores iniciem a greve ainda essa semana, deverão obedecer as determinações da Justiça de 100% de operação no horário de pico e 90% nos demais horários. Caso contrário, ficarão sujeitos a multa.
PR igualitária
De acordod com os dirigentes até 2007 a PR era distribuída linearmente entre os funcionários. Em 2007, tivemos uma greve que foi retaliada pelo Metrô com demissões. O protesto dos trabalhadores era por conta da decisão de usar a proporcionalidade de 30% na participação dos resultados. Desde 2008, a PR recebida pelos trabalhadores é de parcela fixa somada ao montante proporcional a 40% do salário.
Este ano, de acordo com o sindicato, o Metrô decidiu implementar PR proporcional a 100% aos engenheiros, 80% para empregados dos cargos de liderança e assessoria e 40% para os demais trabalhadores. Na opinião dos sindicalistas, o metrô quer privilegiar a alta chefia da empresa.
Portal CTB com agências