Deputados do Partido da Revolução Democrática advertiram que a reforma trabalhista que hoje se discute no México deixará pelo menos oito milhões de jovens desempregados que, se forem contratados, enfrentarão condições de exploração e baixos salários.
A iniciativa do presidente Felipe Calderón enviada ao Congresso da União é debatida aqui desde segunda-feira e terá que ser avaliada com prazo limite de 30 de setembro.
De acordo com a deputada Crystal Tovar, os jovens são os principais afetados pela reforma, já que se aproveitará sua força de trabalho só com contratos temporários.
Tovar citou cifras do Instituto Mexicano da Juventude segundo as quais, entre 38 mil e 40 mil jovens não encontram atualmente uma fonte de renda, uma das maiores taxas dos últimos anos.
Em coletiva de imprensa, a deputada garantiu que a legalização da subcontratação se opõe ao artigo terceiro da Lei Federal do Trabalho vigente, à Constituição e aos princípios gerais dos tratados internacionais assinados pelo México.
“A reforma demonstra o desprezo dos governos panistas e priistas com os direitos fundamentais dos trabalhadores e o direito a ter um emprego digno bem remunerado”, sentenciou.
Em sua opinião, a iniciativa promovida pelo Partido Revolucionário Institucional e Partido da Ação Nacional é “um retrocesso de quase 100 anos na legislação trabalhista onde não existiam prestações nem estabilidade trabalhista”.
Ontem, depois de mais de cinco horas de discussões no Pleno da câmara baixa e sem conseguir estudar os cerca de 270 comentários a serem analisados especificamente foi decretado um recesso para continuar nesta sexta-feira (28) e submeter a medida à votação.
Enquanto isso, os protestos continuaram nos arredores do Palácio Legislativo de San Lázaro.
Fonte: Prensa Latina