Policiais federais em greve fizeram nesta quinta-feira (28)um ato nacional pedindo a reestruturação da carreira de nível superior. Centenas de escrivães, agentes e papiloscopistas, segundo os organizadores, chamaram a atenção das pessoas que passavam pelo Monumento às Bandeiras, nas proximidades do Parque Ibirapuera, em São Paulo, com bexigas pretas e amarelas, carro de som, faixas, bandeiras e um elefante inflável.
“Nós esperamos chamar a atenção do governo, mais uma vez, para continuar com as negociações”, disse o presidente do Sindicato dos Servidores da Polícia Federal em São Paulo, Alexandre Santana Sally. “Não é uma greve por salário. É uma greve pela restruturação da carreira”, ressaltou.
A greve dos escrivães, agentes e papiloscopistas da Polícia Federal (PF) completou hoje 52 dias. Segundo o sindicato da categoria, os policiais federais com graduação e pós-graduação que atuam em funções complexas não têm reconhecimento legal. Desde 1996, no entanto, é exigido curso superior para ingresso na PF.
“As atribuições dos nossos cargos, apesar de termos nível superior, são de nível médio. Nós precisamos reestruturar a carreira, fazendo com que as atribuições acompanhem o nível de escolaridade exigido atualmente”, reforçou o sindicalista.
De acordo com o sindicato, em São Paulo, a greve da Polícia Federal atinge cerca de 70% do efetivo de escrivães, agentes e papiloscopistas.
O movimento grevista
Iniciados em julho, os protestos e as paralisações de servidores de órgãos públicos federais cresceram no mês de agosto. Pelo menos 25 categorias entraram em greve, tendo o aumento salarial como uma das principais reinvindicações. O Ministério do Planejamento estima que a paralisação tenha envolvido cerca de 80 mil servidores. Em contrapartida, os sindicatos calculam que 350 mil funcionários aderiram ao movimento.
A greve afetou servidores da Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Arquivo Nacional, da Receita Federal, dos ministérios da Saúde, do Planejamento, das Relações Exteriores, do Meio Ambiente e da Justiça, entre outros. O Sindicato Nacional dos Servidores das Agências Nacionais de Regulação (Sinagências) informou que dez agências reguladoras aderiram ao movimento.
Após apresentar proposta de aumento de 15,8%, dividido em três anos, o governo encerrou no dia 26 de agosto as negociações com os servidores. Policiais federais e funcionários do Incra foram as únicas classes que continuaram em greve após o fim das negociações. O orçamento anual do governo, com a previsão de gastos com a folha de pagamentos dos servidores em 2013, foi enviado ao Congresso em 30 de agosto.
No dia 19 de setembro, trabalhadores dos Correios deflagraram uma greve em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal. O comando de negociação reivindica 43,7% de reajuste, R$ 200 de aumento linear e piso salarial de R$ 2,5 mil. Quatro sindicatos dissidentes (São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru), que se desfiliaram da federação, reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100. O salário-base inicial de carteiros, atendentes comerciais e operadores de triagem e transbordo é R$ 942.
Portal CTB com agências