A Grécia ficou paralisada nesta quarta-feira (26) durante uma greve geral convocada pelas principais confederações sindicais contra os novos cortes que o governo de Antonis Samaras anunciará nos próximos dias.
A adesão foi em massa, segundo a principal união de trabalhadores do setor privado, já que cruzaram os braços 100% dos funcionários de estaleiros, transporte marítimo e refinarias; 90% dos portuários e da construção, 85% da indústria metalúrgica e 80% dos empregados de hotelaria, comércio, bancos e empresas públicas.
Em Atenas, mais de 50.000 pessoas gritaram nas ruas: “Não vamos nos submeter aos credores” e “Fora UE e FMI”. Os manifestantes passaram pela Praça Syntagma, no centro, em direção ao Parlamento, para protestar. Cerca de 3.000 policiais – o dobro do usado normalmente – foram às ruas para proteger o centro da capital.
Os planos de resgate aumentaram o número de desempregados para 25% (segundo os números oficiais). Os trabalhadores, no entanto, saíram às ruas com cartazes afirmando que os números já chegam a 32%.
Pela primeira vez, a greve geral teve a participação do pequeno comércio, que fechou as portas até o meio da tarde para protestar que os cortes salariais e o aumento de impostos reduziram drasticamente o consumo.
“Cerca de 160 mil empresas se declararam em quebra nestes dois anos. Com as novas medidas, outras 120 mil pequenas empresas fecharão, provocando a perda de 200.000 postos de trabalho”, disse Yorgos Kavvazas, presidente da Confederação Nacional de Pequenos Empresários (GSEVE).
As novas medidas de poupança compreendem 11,5 bilhões de euros em cortes orçamentários e outros 2 bilhões em novas arrecadações. O pacote de medidas, que tem o apoio de Samaras, ainda precisa receber o aval do restante do governo e ser apresentado ao parlamento antes da próxima reunião do Eurogrupo, em 8 de outubro.
Alguns dos profissionais públicos que sofrerão maior redução salarial são os professores universitários, os médicos, os juízes e membros das forças de segurança.
Com agências