Os trabalhadores da ECT (Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos) iniciaram na amanhã desta quarta-feira (19) uma greve nacional por tempo indeterminado. A paralisação foi aprovada em assembleias realizadas na noite da última terça-feira (18) em pelo menos 18 Estados e no Distrito Federal.
Aprovaram a paralisação os trabalhadores e trabalhadoras dos Correios de São Paulo, Rio de Janeiro, Tocantins, Sergipe, Rio Grande do Norte, Alagoas, Amazonas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Em Minas Gerais e no Pará, a categoria já havia iniciado a greve na semana passada. Outros dez sindicatos da categoria ainda farão assembleias ainda nesta quarta e no próximo dia 25.
Sindicatos Unificados esgotaram as negociações
Em São Paulo, quase 5 mil trabalhadores compareceram à assembleia que aprovou a paralisação. Os trabalhadores lotaram a quadra do CMTC Clube, localizado na zona norte da cidade, demonstrando toda insatisfação e indignação com a postura da empresa.
“A gente já deu um tempo para a empresa, demos demonstrações de que queríamos negociar, agora, chega um momento que o trabalhador pressiona e quer resultado. Só nos ofereceu 3% e, depois, 5,2%. A gente colocou para a empresa, do governo federal, que se fizesse proposta somente de reposição da inflação, os trabalhadores deflagrariam a greve. Além disso, agora também a ECT está ameaçando diminuir conquistas referentes ao plano de saúde da categoria”, declarou o secretário-geral do Sindicato dos Trabalhadores de Correios e Telégrafos de SP (Sintect-SP), Ricardo Adriane de Souza, o Nego Peixe.
Além de filiado à CTB, o Sintect-SP faz parte dos Sindicatos Unificados dos Correios, composto também pelos sindicatos do Rio de Janeiro, Tocantins e Bauru, que reivindicam 5,2% de reposição, 5% de aumento real e reajuste linear de R$ 100; aumento do tíquete-refeição de R$ 25 para R$ 28; um talão extra do tíquete-refeição em dezembro; aumento do vale-cesta de R$ 140 para R$ 160; e manutenção de assistência médica tal qual foi negociada em 2011.
“A decretação da greve só mostra que somos uma categoria fortalecida. Começamos em junho, protocolando a primeira proposta naquele mês. A campanha acabaria no dia 11 de setembro e prorrogamos até hoje (18). Agora, vamos para as bases, fazer piquetes, mobilizar outros companheiros a aderirem ao movimento, fortalecendo a greve rumo a vitória”, acrescentou Peixe.
Dissídio
A ação de dissídio coletivo, protocolada pela empresa no TST (Tribunal Superior do Trabalho), terá uma primeira audiência de conciliação às 10h30 desta quarta-feira (19). Na sexta-feira (14), o TST negou o pedido de liminar formulado pelos Correios contra a greve, até então localizada nos Estados do Pará e de Minas Gerais.
A empresa sustenta que o índice de reajuste de 5,2% oferecido aos trabalhadores garante o poder de compra e repõe a inflação do período. “Uma paralisação traz prejuízos financeiros e de imagem para a empresa, para a sociedade e para o próprio trabalhador”, declarou a ECT horas antes das assembleias, em seu blog institucional.
Portal CTB com agências