Um balanço divulgado, nesta quarta-feira (19), pela Confederação Nacional dos Bancários revelou que mais de 5 mil agências bancárias e centros administrativos dos 26 estados e no Distrito Federal permaneceram fechadas ao final do 1º dia da greve nacional dos bancários.
Em algumas regiões, o total de postos bancários fechados chegou a 100% como foi o caso de Campina Grande e região, na Paraíba, e a grande maioria das 1,3 mil agências na capital fluminense, segundo os sindicatos das localidades.
Em Natal, Rio Grande do Norte, já estão em greve 80% dos funcionários de bancos públicos e no Interior o movimento atinge 50% das unidades dessas instituições, sendo que as agências da Caixa Econômica Federal estão todas paralisadas.
No centro de Salvador, Bahia, em frente às agências, os trabalhadores montaram comitês de esclarecimento para tirar dúvidas e explicar as motivações da paralisação da categoria aos clientes. Na capital soteropolitana, o balanço parcial apontou o fechamento de 113 agências bancárias. Do Banco do Brasil foram 55, Caixa 29, Santander 5, Itaú 7, Bradesco 9, BNB 3, HSBC 2, Citibank 1, Safra 1, Mercantil do Brasil 1. Em todo o Estado, 380 agências ficaram sem atendimento.
Em todo o estado baiano, foi contabilizado fechamento de agências nos municípios de Itamaraju, Jacobina, Jequié, Luis Eduardo Magalhães, Itapicuru, Ipirá, Simões Filho, Camaçari, Bom Jesus da Lapa, Irecê, Santo Antonio de Jesus, Cícero Dantas, Camacan, Andaraí, Barreiras, Correntina, Ipiau, Itaberaba, Itabuna, Seabra e Feira de Santana, Santa Luz, Queimadas, Nordestina, Valente, São Domingos, Mundo Novo, entre outras.
“Só deflagramos a greve por conta da intransigência da federação dos bancos (Fenaban), após nove rodadas de negociação em 48 dias de discussões. Desde o último dia 5, avisamos a possibilidade de greve, mas a Fenaban permanece em silêncio”, esclarece o presidente do Sindicato dos Bancários de Conquista e Região, Delson Coêlho.
Intransigência da Fenaban
A opção pela greve aconteceu em assembleias realizadas na semana passada, após os trabalhadores rejeitarem os 6% de reajuste salarial proposto pela Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), após diversas rodadas de negociações. A categoria reivindica reajuste salarial de 10,25% (sendo 5% de aumento real) aumento na participação do lucro, adoção de piso salarial de R$ 2.416,38, valorização do piso salarial, PLR maior, mais empregos e fim da rotatividade, melhores condições de saúde e trabalho, mais segurança nas agências e igualdade de oportunidades, além da reestruturação de benefícios.
“Os banqueiros pagaram pra ver. Eles sinalizaram no início que queriam fechar acordo sem greve, mas apresentaram 6% sem nenhuma elevação diferenciada no piso e com PLR [Participação nos Lucros e Resultados] praticamente nos mesmos moldes de 2011”, destaca Emanuel de Souza, presidente da Federação nacional dos Bancários da Bahia e Sergipe (FEEB Base).
De acordo com os sindicalistas a Fenaban apresentou a única proposta no dia 28 de agosto com 6% de reajuste salarial. Índice considerado insuficiente pela categoria.
Ainda na tentativa de entrar em acordo, o Comando Nacional enviou cartas à Federação e aos bancos no dia 5 de setembro para reafirmar que apostava no processo de negociação e aguardava uma nova proposta para ser apreciada pelas assembleias previamente convocadas para os dias 12 e 17 de setembro. No entanto, as cartas não foram respondidas.
Dessa forma, após cinco rodadas duplas de negociações sem chegar a um acordo, os bancários aprovaram a greve nacional em assembleias realizadas por todo país.
Portal CTB com agências