Sustentando uma greve histórica de mais de 30 dias, agentes e servidores de nível médio da saúde do Ceará, junto com o sindicato das categorias, o Sindsaúde, parecem estar perto de conquistar suas demandas.
No último dia 5, os grevistas interceptaram o governador, Cid Gomes, durante a inauguração de um equipamento cultural. Na ocasião, Cid sinalizou positivamente para a pauta dos servidores e agentes de saúde e se comprometeu a receber o Sindsaúde após o dia 17. Segundo ele, estará cumprindo agenda internacional até a data.
O governador se comprometeu a cumprir toda a pauta a partir de janeiro de 2013, entretanto, a greve continua. “Não vamos terminar o movimento agora, precisamos de um compromisso seguro do governo, que já se comprometeu conosco em outras ocasiões e não cumpriu”, lembra a presidente do Sindsaúde, Teresa Neuma.
“(adicional de) Insalubridade, eu vou negociar com o governo federal e as prefeituras. E a licença maternidade eu assumo e faço, boto para funcionar a partir de janeiro. Nível médio: eu farei um plano (PCCS) e ele começará a ser implementado em janeiro”, afirmou o governador em um vídeo gravado pelo Sindsaúde e disponibilizado no site e facebook da entidade.
Ao ser lembrado pela presidente do Sindsaúde, Teresa Neuma, de que o PCCS é um compromisso de sua campanha de 2006, o governador respondeu: “Eu lembro muito bem do meu compromisso, eu disse que a próxima categoria que teria um plano de cargos e carreiras seriam os servidores de nível médio. E eu asseguro que em janeiro vocês terão.”
A comissão técnica da Secretaria de Planejamento do Estado do Ceará (Seplag) já apresentou a repercussão financeira da pauta – reestruturação do PCCS, gratificação por plantões aos finais de semana, e, para os agentes, adicional de insalubridade e licença maternidade de seis meses – ao Sindsaúde e à comissão do governo que negocia com as categorias, ainda no dia 17 de agosto.
Histórico da greve
No dia 9 de agosto, cerca de 800 agentes de saúde ocuparam os jardins do Palácio da Abolição (sede do Poder Executivo do Estado), onde dormiram uma noite, para cobrar do governo os compromissos assumidos com a categoria. Já no dia seguinte, foi a vez dos servidores de nível médio. Eles iniciaram greve e juntaram-se aos agentes de saúde no Palácio, mostrando que também não aceitam o desrespeito do governo Cid Gomes.
Após a saída do Palácio, a greve só cresceu. Os agentes de saúde voltaram aos seus municípios e continuaram mobilizados, conversando com a população, explicando os motivos do movimento. Prova disso é que já houve várias caminhadas agregando grande número de agentes em Sobral, Baturité, Iguatu, Juazeiro do Norte e Crato.
Na capital, Fortaleza, os servidores realizam, todos as manhãs, concentrações de greve nos maiores hospitais e também no hemocentro, o Hemoce, além de outros locais estratégicos, como a Praça do Ferreira, no Centro da cidade, Secretaria de Planejamento (Seplag), Secretaria de Saúde e Assembleia Legislativa, onde já foram duas vezes entregar carta aos parlamentares.
Já no dia 30 de agosto, mais de 300 servidores e agentes de saúde marcharam mais uma vez rumo ao Palácio da Abolição, com faixas, apitos, carro de som, montando um cenário bonito de se ver.