A greve dos mineiros sul-africanos se alastrou nesta segunda-feira (10), com 15 mil trabalhadores da mina de ouro KDC iniciando uma paralisação e o comparecimento ao trabalho de apenas 6% dos 28 mil empregados da mina de platina de Marikana, a terceira maior produtora do metal no mundo. No total, o número de mineiros que estão parados é de 41.200. Em uma segunda mina de platina, Implats, os 15 mil trabalhadores compareceram ao serviço mas exigem um aumento de 10% nos salários.
Centenas de trabalhadores realizaram um protesto na mina de Marikana, da empresa Lonmin Plc, nesta segunda-feira. Eles marcharam sob supervisão de tropas de choque. Um confronto entre policiais e manifestantes deixou 34 mineiros mortos em 16 de agosto. Os grevistas ameaçam matar qualquer um que não respeitar a paralisação, convocada até que a Lonmin concorde em aumentar os salários para pelo menos 12,5 mil rands por mês (US$ 1,5 mil).
A Gold Fields International, empresa responsável pela mina KDC, disse que a greve começou na noite de domingo. Mais de 12 mil mineiros querem a remoção dos atuais delegados sindicais e o aumento no salário mínimo para 12,5 mil rands mensais.
A Lonmin esperava que os mineiros voltassem ao trabalho em Marikana, após ter assinado na semana passada um acordo com a central sindical e dois outros sindicatos de mineiros. Trabalhadores não sindicalizados e uma dissidência sindical, contudo, rechaçaram o acordo e prosseguiram com a greve.
Convocação
Nesta terça-feira, o ativista político Julius Malema convocou uma greve em todas as minas da África do Sul. “Deve haver uma greve nacional. Eles estão roubando este ouro de vocês. Agora é a nossa vez. Queremos nosso quinhão. Estas pessoas estão ganhando bilhões com estas minas”, afirmou, referindo-se aos negros bilionários e à minoria branca que controla a economia.
A Impala Platinum Holdings Ltd. informou nesta terça-feira que concordou em revisar os valores dos salários de sua mina Rustenburg, após uma reunião na segunda-feira com grupos de trabalhadores. As negociações aconteceram após os trabalhadores exigirem aumento de salário pela segunda vez desde abril, em meio à intensificação das tensões nas minas sul-africanas.
A empresa ainda tenta voltar à produção plena em Rustenburg, sua maior mina, após seis semanas de greve no início deste ano. Como parte das negociações daquela greve, a empresa concedeu aumento salarial em abril.
Com agências