Mais de 700 pessoas iniciaram, no último dia 16 de agosto, uma marcha que liga localidades rurais e cidades da região autônoma da Andaluzia, na Espanha. O protesto é promovido pelo Sindicato Andaluz de Trabalhadores.
A primeira etapa da chamada “Marcha Operária – Andaluzia de Pé” teve início simbolicamente no pequeno município de Jódar, no nordeste da Andaluzia, onde o desemprego é dos mais elevados da região. A grande afluência de participantes surpreendeu os organizadores, que previam entre 150 a 200 pessoas e viram esse número mais do que triplicar.
Caminhando sob temperaturas de 40 graus à sombra, o Sindicato Andaluz de Trabalhadores (SAT) teve de fazer um esforço suplementar para garantir água e mantimentos, apelando à ajuda solidária através do seu site, para angariar os fundos necessários.
Mobilização
Na marcha, o carismático prefeito de Marinaleda, Juan Manuel Sánchez Gordillo, indicou que os manifestantes se declaram insubmissos e exortam o povo a mobilizar-se contra as políticas antissociais. “Queremos um plano especial de emprego para o campo, a cessão das propriedades do Estado subaproveitadas e um rendimento básico para as 350 mil famílias da Andaluzia que não têm nenhuma proteção”.
Gordillo disse ainda esperar que as pessoas da cidade e do campo se juntem na marcha e que prefeitos de outras cidades adiram ao protesto: “Há pessoas que não têm o suficiente para comer e isto no século 21 é uma vergonha absoluta”.
Como previsto, a primeira etapa terminou no sábado, 18, na cidade de Jaén, capital da província homônima, onde a meio do dia os caminhantes se concentraram frente à subdelegação do governo.
Na véspera, à chegada à cidade de Mancha Real, membros do SAT ocuparam temporariamente uma dependência bancária, num protesto pacífico contra o poder dos bancos.
Introduzido nas instalações, o grupo de sindicalistas sentou-se no chão permanecendo ali cerca de um quarto de hora. À tarde, como sempre acontece em cada localidade que atravessam, realizou-se uma assembleia pública em que os líderes sindicais explicaram à população os objetivos da ação e as suas reivindicações.
A segunda etapa começou na última terça-feira (21), no município de Hornachuelos, e propunha-se percorrer os 50 quilômetros que a separam de Córdova, a capital da província. O protesto seguirá entre os dias 27 e 28, por meio de uma nova caminhada entre El Puerto de Santa Maria e a capital provincial Cádis. Por fim, entre os dias 30 e 31, a marcha atingirá Granada. Até lá o SAT promete ações surpresa em toda a Andaluzia, com manifestações em Huelva ou Sevilha.
Fonte: Avante!