Com o slogan ‘Chega de Truques, Banqueiro’, foi lançada na última quinta-feira 16, a Campanha Salarial dos Bancários 2012/2013 aqui no Estado. O Sindicato dos Bancários de Sergipe (SEEB/SE) levou para o Calçadão da Rua João Pessoa o cantor Giló e o grupo de teatro ‘Casa da Imaginação, com a peça ‘o Show do Bilhão’(em alusão aos enormes lucros dos banqueiros) para lançar a campanha de forma alegre e irreverente. Ainda teve distribuição de pipocas para as pessoas que passaram pelo local.
As negociações já começaram desde o dia 7 de agosto, em São Paulo. Já estão na terceira rodada. A categoria quer um reajuste de 10,25%, sendo inflação do período mais 5% de ganho real, além da valorização do piso nacional. As bandeiras de luta são mais segurança bancária, redução dos juros e das taxas abusivas e combate ao assédio moral. “Os patrões vêm aí cheios de truques, mas não vão nos intimidar”, adianta José Souza, presidente do Sindicato.
Souza informa que o lançamento da campanha tem o objetivo de informar à população e aos trabalhadores em geral sobre a luta dos bancários e uma possível greve. “Estamos reivindicando um piso da categoria de R$ 2.416,38, conforme o salário mínimo calculado pelo Dieese, que deveria ser um direito de todo trabalhador brasileiro”, explica.
Os banqueiros vivem numa constante choradeira de que os lucros caíram e que, por isso, não vão poder atender às reivindicações dos bancários. Mas isso, não é verdade, só no primeiro semestre deste ano, os cinco maiores bancos do país lucraram no primeiro semestre deste ano mais de R$ 24,5 bilhões. Eles pagam uma folha e meia dos funcionários só com a arrecadação de tarifas da população.
“Se não for com luta, os donos do capital não olham para os trabalhadores. Os banqueiros lucram bilhões e pagam salários irrisórios. É uma falácia dizer que os lucros caíram. Eles baixaram os juros, mas aumentaram as tarifas. Devemos sempre lutar e ser corajosos. Temos que fazer três lutas: econômica, política e ideológica”, falou Milton Oliveira, aposentado do Banco do Brasil e coordenador do Departamento de Aposentados do SEEB/SE.
“Parabéns à categoria em lutar pelos seus direitos. Os banqueiros precisam valorizar os bancários. É necessário também parar com essa política perversa de massacrar os aposentados”, diz João Valmir, presidente da Aspese (Associação dos Aposentados do Estado de Sergipe).
“Estamos solidários com a luta dos bancários, que contam bilhões e levam tostões pra casa no final do mês. Os salários que os banqueiros estão pagando são miseráveis. Além disso, eles estão ficando doentes, inutilizados para o trabalho pelo excesso de trabalho”, denuncia Valdir Rodrigues, presidente do Sintrase (Sindicato dos Servidores Públicos do Estado de Sergipe).
Mas os bancários não se preocupam só com a sua categoria. Eles querem mais bancários para atender bem à população. Estão reivindicando, ainda, que os bancos invistam mais em segurança, porque têm aumentado os casos de violência. “Pedimos também o fim das metas abusivas, porque os bancos reduziram a quantidade de bancários e aumentaram a clientela”, afirma Souza.
Em decorrência da redução do número de bancários, a categoria entra para o rol dos trabalhadores que mais adoecem, pressionados pelas chamadas metas abusivas e consequentemente pelo assédio moral. ‘Devemos lutar sempre pela nossa categoria. Estou há mais de 50 anos nessa vida. Apesar de aposentado, nunca me aposentei da luta”, orgulha-se Hélio Pacheco, aposentado do Banco Crediplan.
Segundo Souza, a partir desta data, os bancários ficarão de prontidão, pois a qualquer momento serão convocados para deliberar sobre o andamento da Campanha Salarial. Pela má vontade dos banqueiros em negociar, a greve não está descartada.
“Se a gente tomar por base a primeira rodada de negociação, os banqueiros já sinalizaram que será uma campanha difícil e deverá ter greve. Nós vamos parar os bancos, se preciso for, porque os banqueiros não entendem outra linguagem”, afirma Souza.