Na semana que antecede as comemorações do Dia do Comerciário, que nesta cidade será comemorado em 20 de agosto com atividades no BNB Clube, localizado no Catolé, o presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio de Campina Grande e Região, José do Nascimento Coelho, anunciou a criação de um “ Espaço de Convivência” para estes trabalhadores.
O espaço será construído em prédio localizado na Rua Maciel Pinheiro, que pertence ao sindicato e servirá para reunir os comerciários, principalmente no intervalo de almoço. A área contará com uma estrutura de internet, jogos, bibliotecas e local para descanso. De acordo com José do Nascimento Coelho as obras de reforma do prédio terão inicio nos próximos meses.
“Vamos receber o espaço que está locado a uma empresa, para que a partir de janeiro do próximo ano possamos dar inicio as obras de reforma e assim garantirmos o Espaço dos Trabalhadores do Comércio”, afirmou Coelho, lembrando que área possibilitará uma melhor qualidade de vida aos trabalhadores do comercio.
O sindicalista afirma não conhecer um espaço nesse modelo no Brasil. “Talvez sejamos os pioneiros, pois esta conquista representa um ganho importante porque vai propiciar à categoria uma melhor qualidade de vida. Falamos muito do desenvolvimento humano, numa cidade mais humana, e por este motivo queremos oferecer estas condições aos nossos trabalhadores, que depois de uma jornada de trabalho corrida e estressante terá um espaço agradável e que ficará aberto ininterruptamente das 7 às 19 horas”, afirmou Coelho.
Sobre o Dia do Comerciário
O dia do Comerciário é comemorado no dia 30 de outubro, entretanto esse ano a data será celebrada em Campina Grande no dia 20 de agosto, conforme ficou definido pela Convenção Coletiva da categoria.
Para os que ainda não sabem a razão desta importante data, é necessário voltarmos no início do século passado. Naquela época, começaram a surgir as primeiras associações e uniões (que depois transformariam em sindicatos) de empregados no comércio (chamados na época de caixeiros) contra os abusos a que eram submetidos pelos empregadores.
Os comerciários eram obrigados a cumprir jornadas de trabalho superiores a 12 horas diárias e trabalhar aos domingos e feriados sem direito a folga, além de conviverem com a ameaça de demissão, caso reclamassem desse regime de servidão. Contra essa exploração, foi fundada na capital mineira em 11 de junho de 1925, a “União dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte”- que hoje é o Sindicato dos Comerciários; enquanto em vários estados da federação começavam também a surgir organizações de comerciários.
Foi através dessas organizações que no dia 29 de outubro de 1932, aproximadamente cinco mil comerciários, no Rio de Janeiro, organizaram grande manifestação, marchando em direção ao Palácio do Catete, onde foram recebidos pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas. Neste memorável encontro, os comerciários entregaram ao presidente as reivindicações da jornada de trabalho de oito horas diárias e repouso remunerado aos domingos.
Este fato, marcou a categoria dos comerciários como os precursores da luta dos trabalhadores na conquista da jornada de trabalho de oito horas diárias e repouso aos domingos e feriados. O 30 de outubro ficou marcado como o “Dia do Comerciário” e a reivindicação da categoria foi, posteriormente, estendida a todos os trabalhadores do Brasil.
O Sindicato dos Empregados no Comércio de Belo Horizonte e Região Metropolitana, que completa 78 anos de existência e luta, mantém viva a tradição de comemorar esta importante data. Na última semana de outubro, a diretoria presta homenagem aos associados com uma série de eventos no Clube Recreativo Recanto dos Comerciários. Neste dia, relembramos nossa trajetória de conquistas e reafirmamos nossas lutas, como o fechamento do comércio aos domingos e a redução da jornada de trabalho semanal para 36 horas.
O espírito de luta e a determinação daqueles comerciários – que foram os primeiros a se indignarem contra a exploração dos patrões-, através de gerações, vem inspirando e renovando a luta dos trabalhadores comerciários em busca de novas conquistas, maiores salários e por melhores condições de trabalho e de vida.