O secretário adjunto de Relações Internacionais da CTB, João Batista Lemos, esteve no Paraguai na semana passada, para participar de uma série de atividades promovida pelo movimento “Fórum Paraguai Resiste”, criado como resposta ao golpe contra a democracia sofrido pelo ex-presidente Fernando Lugo.
Segundo Batista, que também é vice-presidente da Federação Sindical Mundial (FSM), o primeiro contato feito no país foi com Bernardo Rojas, presidente da Central Unitária dos Trabalhadores-Autêntica (CUT-A), e Melanio Morel, secretário de Finanças da entidade. “São velhos amigos, que nos receberam de forma muito fraterna e reafirmaram seu compromisso com o Encontro Sindical Nossa América (ESNA)”, afirmou o dirigente, que ouviu de ambos um relato esclarecedor sobre a conjuntura paraguaia.
De acordo com os paraguaios, hoje o país tem cerca de 3 milhões de trabalhadoras na ativa. Desse total, 50% estão subempregados e 23% não têm qualquer atividade remunerada. “E, pelo que os companheiros nos informaram, o golpe contra Lugo foi um grande retrocesso em relação aos direitos dos trabalhadores”.
Diante do atual cenário, as lideranças da CUT-A anunciaram a formação de um Movimento Independente dos Trabalhadores (MIT), além de articularem a candidatura de Bernardo Rojas ao Parlamento, mas eleições do ano que vem. Além disso, prometem uma mobilização nacional para o mês de setembro.
A CUT-A e a Confederação Nacional dos Trabalhadores se colocaram contra o golpe,enquanto a CUT (de onde a CUT-A se desmembrou por ação dos sindicalistas mais classistas), de formação conservadora, apoiou toda a ação – e hoje está junto ao governo de Federico Franco. “Apesar desse cenário, é de estranhar que nenhuma das duas centrais se pronunciou publicamente contra o golpe. Da mesma forma, não participaram do Fórum Paraguai Resiste. Essa posição está fragilizando a resistência dos trabalhadores aos desmandos do governo golpista”, opina Batista.
Frente contra o golpe
Ainda de acordo com dirigente da CTB, houve uma grata surpresa durante seu contato com os coordenadores da Frente dos Trabalhadores do Estado Contra o Golpe, realizada durante o encerramento do Fórum. A entidade, formada por dirigentes do Sindicato de Funcionários e Educadores Populares, denunciou a instauração de um verdadeiro clima de perseguição por parte do governo golpista, junto aos trabalhadores públicos que de alguma forma se manifestaram a favor de Lugo.
De acordo com os sindicalistas, cerca de 1.500 trabalhadores do Estado, entre concursados e contratados, já foram mandados embora e substituídos por pessoas da confiança do novo presidente. Os dirigentes assinalaram que até agora não realizaram nenhuma articulação com as principais centrais, pois estas não se manifestaram publicamente contra o golpe. Houve denúncias também sobre a demissão de 300 profissionais ligados ao Sindicato dos Trabalhadores e Empregados da Prosseguir Paraguai S.A, por conta de uma greve por melhores condições.
FSM e movimento campesino
Igualmente se posicionam os militantes sindicais classistas que compõem o capitulo da FSM no
país: trabalhadores dos sindicatos do Estado, dos jornalistas, empregados da usina de Itaipu e do Movimento Agrário do Paraguai, que buscam construir a unidade de ação do movimento sindical e dos movimentos sociais para rechaçar e desmascarar o governo ilegítimo.
Da mesma forma, Batista teve contato com dirigentes da Coordenação Nacional de Mulheres Rurais Indígenas – CANAMURI, entidade que, com orgulho, reivindica o movimento campesino como principal ator social da luta transformadora do Paraguai. Segundo o relato do dirigente da CTB, os camponeses entendem que o golpe teve um caráter preventivo para abortar o fortalecimento dos movimentos sociais no país.
Frente Guaçu
Batista também representou a CTB e a FSM durante um café da manhã organizado por lideranças da Frente Guaçu, com a presença de Lugo, em comemoração aos 475 anos de Assunção e da data em que completaria o quarto ano de mandato do ex-presidente.
Durante a conversa, Lugo afirmou que durante seu governo o Paraguai contribuiu bastante para a integração regional – e que não será o golpe de 22 de junho, promovido por setores conservaores e reacionários do país, que colocará um ponto final nessa trajetória.
Segundo Batista, a Frente Guaçu, composta por 12 partidos e oito organizações sociais, passa a ser a grande esperança das forças progressistas paraguaias, no sentido de mobilizar um movimento político e social capaz de derrotar o governo golpista, assim como abrir novas perspectivas para o povo paraguaio.
“É exatamente por essas características que se faz necessário maior protagonismo das centrais sindicais que realmente defendem os interesses dos trabalhadores, de modo a construir um pacto de unidade de ação para conquistar a democracia política, social e soberana no Paraguai”, sustentou Batista.
Portal CTB
Segundo Batista, o primeiro contato feito no país foi com Bernardo Rojas, secretário-geral da Central Unitária dos Trabalhadores-Autêntica (CUT-A), e Melanio Morel, secretário de Finanças da entidade. “São velhos amigos, que nos receberam de forma muito fraterna”, afirmou o dirigente da CTB, que ouviu de ambos um relato esclarecedor sobre a conjuntura paraguaia.
De acordo com os paraguaios, hoje o país tem cerca de 3 milhões de trabalhadoras na ativa. Desse total, 50% estão subempregados e 23% não têm qualquer atividade remunerada. “E, pelo que os companheiros nos informaram, o golpe contra Lugo foi um grande retrocesso em relação aos direitos dos trabalhadores”.
Diante do atual cenário, as lideranças da CUT-A anunciaram a formação de um Movimento Independente dos Trabalhadores (MIT), além de articularem a candidatura de Bernardo Rojas ao Parlamento, mas eleições do ano que vem. Além disso, prometem uma mobilização nacional para o mês de setembro.
A CUT-A e a Confederação Nacional dos Trabalhadores se colocaram contra o golpe,enquanto a CUT (de onde a CUT-A se desmembrou por ação dos sindicalistas mais classistas), de formação conservadora, apoiou toda a ação – e hoje está junto ao governo de Federico Franco. “Apesar desse cenário, é de estranhar que nenhuma das duas centrais se pronunciou publicamente contra o golpe. Da mesma forma, não participaram do Fórum Paraguai Resiste. Essa posição está fragilizando a resistência dos trabalhadores aos desmandos do governo golpista”, opina Batista.
Frente contra o golpe
Ainda de acordo com dirigente da CTB, houve uma grata surpresa durante seu contato com os coordenadores da Frente dos Trabalhadores do Estado Contra o Golpe, realizada durante o encerramento do Fórum. A entidade, formada por dirigentes do Sindicato de Funcionários e Educadores Populares, denunciou a instauração de um verdadeiro clima de perseguição por parte do governo golpista, junto aos trabalhadores públicos que de alguma forma se manifestaram a favor de Lugo.
De acordo com os sindicalistas, cerca de 1.500 trabalhadores do Estado, entre concursados e contratados, já foram mandados embora e substituídos por pessoas da confiança do novo presidente. Os dirigentes assinalaram que até agora não realizaram nenhuma articulação com as principais centrais, pois estas não se manifestaram publicamente contra o golpe.
Frente Guaçu
Batista também representou a CTB durante um café da manhã organizado por lideranças da Frente Guaçu, com a presença de Lugo, em comemoração aos 475 anos de Assunção e da data em que completaria o quarto ano de mandato do ex-presidente.
Durante a conversa, Lugo afirmou que durante seu governo o Paraguai contribuiu bastante para a integração regional – e que não será o golpe de 22 de junho que colocará um ponto final nessa trajetória.
Segundo Batista, a Frente Guaçu, composta por 12 partidos e oito organizações sociais, passa a ser a grande esperança das forças progressistas paraguaias, no sentido de mobilizar um movimento político e social capaz de derrotar o governo golpista, assim como abrir novas perspectivas para o povo paraguaio.
“É exatamente por essas características que se faz necessário maior protagonismo das centrais sindicais que realmente defendem os interesses dos trabalhadores, de modo a construir um pacto de unidade de ação para conquistar a democracia política, social e soberana no Paraguai”, sustentou Batista.
Portal CTB