A militante comunista Maria Prestes lança, na próxima segunda-feira (20), o livro “Meu Companheiro – 40 anos ao lado de Luiz Carlos Prestes”. O evento acontecerá às 19h, na Livraria da Vila do Shopping Higienópolis, em São Paulo. A obra relata sua convivência com líder histórico dos comunistas brasileiro.
Em 1952, Maria era uma jovem moça nordestina, militante do Partido Comunista Brasileiro, que foi designada para a segurança pessoal do famoso líder. Começou assim a relação que durou até a morte de Prestes, em 1990.
O livro foi escrito há 20 anos e relançado este ano com novos depoimentos em homenagem a Prestes. Além disso, a nova edição é bilíngue. Na mesma página, é possível ler o livro em português e espanhol. A ideia surgiu por causa da representatividade do comunista, que sempre se relacionou com os países latinos-americanos e é admirado para além das fronteiras do Brasil.
O relançamento, pelas editoras Anita Garibaldi e E-paper, tem contracapa escrita pela presidenta Dilma Rousseff, que aborda a história de lutas de Maria e Luiz Carlos Prestes. “Neste livro, Maria conta a sua vida, de forma contagiante. Nos revela não apenas a sua trajetória pessoal e a relação de quatro décadas com Prestes, mas sobretudo nos apresenta o ponto de vista de uma mulher talentosa e guerreira sobre um período importante da história do Brasil. Maria é direta e simples, exemplo da fibra da mulher brasileira que, ao ler este livro, vocês vão conhecer”, diz a presidenta.
Em declaração sobre o livro, a escritora Raquel de Queiroz afirma que uma história com tantos fatos importantes é contada por Maria Prestes em tom “tão comoventemente discreto, tão belo na sua simplicidade; sem jactância nos momentos de poder e prestígio, sem ressentimentos após a ruptura. Um depoimento singelamente ditado pelo amor, pela incansável dedicação, pela necessidade de repor em seu lugar a verdade”.
De acordo com Boris Schnaiderman, professor aposentado da Universidade de São Paulo (USP), Maria expõe na publicação um Preste que vai além da imagem que se tem dele, de homem inabalável. “Desfeito o mito, esta simples voz humana, em meio aos escombros, impressiona por sua inteireza e perspicácia. E o livro em que ela nos fala, surpreendente e rico, por mais que se apresente despojado e sem pretensão, torna-se indispensável para uma compreensão mais plena dos anos tormentosos no mundo, a partir da década de 1920”, defende.