No final da tarde desta quinta-feira (02) os metalúrgicos de São José dos Campos, serão recebidos no Palácio dos Bandeirantes, pelo governador de São Paulo Geraldo Alckmin. O objetivo do encontro é discutir as prováveis 2 mil demissões na fábrica da General Motors (GM) na região.
De acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, a reunião é uma resposta do governo estadual aos trabalhadores, que vem cobrando a intervenção do executivo para a manutenção dos empregos.
O sindicato afirmou ainda que o governo estadual também terá representantes na reunião do próximo dia 4 de agosto, na qual sindicato, empresa, Ministério do Trabalho e Prefeitura irão discutir as possíveis demissões.
O sindicato alerta que caso a GM concretize a ideia de realizar uma demissão em massa, cerca de 15,5 mil empregos seriam eliminados da cidade, localizada no interior de São Paulo.
De acordo com um estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) a cada emprego direto eliminado pela GM, outros 6,75 indiretos seriam fechados. A expectativa é que a montadora corte cerca de 2 mil empregos na linha de montagem de São José dos Campos .
Fatos e números
Diante dos números, na última terça-feira (31), os trabalhadores da GM contestaram a afirmação do Ministro da Fazenda Guido Mantega, que afirmou que a montadora está com um saldo positivo na geração de empregos.
Baseado em dados do Dieese, o sindicato afirma que a fabricante de veículos mais demitiu do que contratou nos últimos 12 meses. O estudo constatou que 1.189 postos de trabalho foram fechados entre julho de 2011 e junho de 2012, nas unidades da montadora no país. Os números foram levantados com base no Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged), do Ministério do Trabalho, que registra as demissões e contratações com carteira assinada em todo o país.
De acordo com representantes do sindicato, o número real de cortes é ainda maior pois o estudo não incluiu as 356 demissões feitas por meio de plano de demissão voluntária. O maior volume de dispensas ocorreu na fábrica de São José dos Campos (SP), onde 1.044 trabalhadores perderam o emprego em um ano. A unidade é responsável por 35% do faturamento da GM no país.
Na unidade de São Caetano do Sul (SP), 349 postos foram fechados no período. A única fábrica com saldo positivo no período foi a de Gravataí (RS), onde 204 trabalhadores foram contratados, de acordo com o estudo do Dieese.
“A declaração do ministro desconsidera não apenas os números do Caged, mas a realidade vivida pelos trabalhadores da montadora em São José dos Campos. Pior, o ministro faz estas afirmações sem o mínimo cuidado de ouvir a outra parte, o sindicato dos trabalhadores. Dessa forma, o ministro diminui a si próprio, assumindo o papel de mero porta-voz da GM”, criticou o sindicato na nota.
O ministro havia dito que a montadora está com saldo positivo na criação de empregos. Segundo Mantega, existem problemas localizados na unidade de São José dos Campos, mas não cabe ao governo interferir na organização interna da empresa. O ministro deu as declarações após reunião com o diretor de Relações Institucionais da GM, Luiz Moan, para pedir esclarecimentos sobre a ameaça de cortes de postos de trabalho pela montadora.
Após o encontro, Mantega declarou que a montadora conseguiu comprovar que o saldo de criação de empregos está positivo desde o anúncio da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), no fim de maio.
Portal CTB com agências