Cem anos da Maria Louca – A Ferrovia do Diabo

Após a Revolução Acreana
É assinado o tratado de Petrópolis como solução
O território acreano passava a ser anexado ao Brasil
O Brasil assumia acordo de construir uma ferrovia na região
Ligando o Brasil à Bolívia
A Bolívia produzia borracha e precisava dessa estrada pra escoar sua produção.

Para a construção da estrada vieram:
Judeus, europeus e indianos
Canadenses, gregos, caribenhos…
Sírios libaneses e americanos
Brasileiros, turcos…
Peruanos, bolivianos e barbadianos.

 Se os índios hoje

Não são respeitados
Imagine! no inicio da construção da estrada de ferro
Nos primeiros anos do século passado
Quando centenas deles
Foram pelos construtores dizimados.

Não aceitaram a construção
Passivos e calados
Ali era seu território
Deixado pelos seus antepassados
Quando não morreriam em confronto com o inimigos
Morriam de choque nos trilhos energizados.

Na construção da Estrada de Ferro Madeira Mamoré
Os trabalhadores levavam uma vida de agonia
Era a doença da malaria
De que mais trabalhadores morria
Além de outras doenças
Como: sarampo, beribéri e pneumonia.

Era primeiro de agosto de 1912,
Era inaugurada a Mad Maria
Como descreveu o escritor Marcio Sousa
A construção dessa estrada, num romance com primazia
O quanto foi difícil
A construção dessa ferrovia.

Após a construção da estrada de ferro
A economia da Amazônia entra em decadência
Os ingleses roubaram e plantaram nossa seringueira
Em suas colônias no oriente, veja que indecência…
Com a produção em larga escala na Malásia e Singa Pura
A borracha da Amazônia não agüentou a concorrência.

Em 1931 – por força do governo Federal
A estrada foi nacionalizada
Sem ter mais razão de existir
Em 1972 – foi desativada
A partir desse momento
A ferrovia foi abandonada.

A falta de uma economia diversificada na região
Tornou a ferrovia deficitária
Foram 54 anos de atividades
Em 1966 – deixava de funcionar a ferrovia do Diabo (lendária)
Em grande parte de seu percurso
A estrutura ferroviária deu lugar uma estrutura rodoviária.

Foi através da construção da estrada de ferro
Que nasceram Guajará Mirim e Porto Velho nossa capital
São duas belas cidades
Que nelas encontramos marcas dessa obra fenomenal
Encontramos descendentes das primeiras famílias que pra ca vieram
São duas cidades de características, multirracial e multicultural.

Hoje a Madeira Mamoré (Maria louca)
Encontra-se no meio da selva perdida
O capitalismo selvagem
Sugou toda sua vida
Não cuidam nem de seus restos mortais
Parece uma coisa esquecida.

Pelo meio da selva
Entulhos de ferro abandonado
Símbolo da perversidade humana
Do progresso desenfreado
Deixando um rastro de destruição
Como se nada estivesse acontecido no passado.

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 Francisco Batista Pantera é Professor, Jornalista, Poeta e Presidente da CTB – RO

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