Protestos em zonas do centro de Assunção e as denúncias das delegações estrangeiras que acabam de visitar o Paraguai refletiram a insegurança trabalhista desatada pela onda de demissões de trabalhadores e servidores públicos em organismos públicos.
Os próprios jornais próximos ao governo de Federico Franco, instalado na Casa de Governo depois da destituição do presidente Fernando Lugo, noticiam hoje o que qualificam de “varrição” de centenas de pessoas que são acusadas de serem simpatizantes da esquerda paraguaia.
Há dias, agrupamentos como a Frente Guasú, coalizão de partidos e organizações sociais que apoia o presidente derrubado, assinalaram o início da demissão de uns mil trabalhadores de entidades estatais.
Os atingidos realizaram marchas de protesto que culminaram com a entrega de provas sobre o procedimento irregular de demissão às delegações de parlamentares europeus e sul-americanos presentes na nação para analisar a situação interna paraguaia.
A perseguições incluíram, segundo informaram, organismos como a Secretaria de Ação Social, órgãos de imprensa e ministérios, todos por razões políticas ou ideológicas.
Agora foi a vez da parte paraguaia das empresas que operam as grandes hidroelétricas binacionais Itaipú e Yaciretá, nas quais, de acordo com o anúncio dos próprios dirigentes nomeados pelo governo, começou a demissão de centenas de trabalhadores.
Somente a administração de Itaipú publicou nesta quita-feira (26) a informação sobre a primeira centena de demissões de um total de 500 desta primeira etapa, alegando que são próximos ao governo de Lugo ou não são simpatizantes de Franco.
Os demitidos assinalaram que, em todos os casos, são descumpridos os preceitos legais do aviso prévio e são demitidas pessoas com uma nota comunicando o fato.
Para eles, se trata de apenas o começo da maior operação conhecida de atropelo aos direitos trabalhistas e anunciaram a continuação dos protestos públicos contra esse fato.
Fonte: Prensa Latina