Na atividade mais importante das comemorações do 229º aniversário de Simón Bolívar, o presidente venezuelano Hugo Chávez apresentou nesta terça-feira (24) um retrato do general obtido a partir de escaneamentos em terceira dimensão e estudos dos restos mortais de Bolívar. “Esta é parte da ressurreição de Bolívar”, disse Chávez.
O presidente do país sul-americano ainda acusou a burguesia de “distorcer” a história e “frear” o conhecimento da população sobre a vida do ícone venezuelano.
Chávez apresentou um Simón Bolívar mestiço, com cerca de 1,65 metros, pernas arqueadas pela montaria excessiva de cavalos e dentes desgastados pelo costume de manter um palito de madeira na boca. Um militar mais parecido com o venezuelano comum daquela época e muito diferente do general de pele branca e corpo atlético dos livros de história.
Segundo os estudos, o “libertador” venezuelano provavelmente não morreu de tuberculose. O relatório do cientista inglês Howard Takiff informou que não foi possível detectar a presença de DNA do M. tuberculosis nas ossadas do revolucionário venezuelano. Os cientistas utilizaram a técnica de PCR para identificar o agente causador da doença. O relatório não deixou claro a causa mortis definitiva, mas descreve que Bolívar possivelmente teve uma doença pulmonar e insuficiência renal.
Através dos relatos do médico particular de Bolívar, foram administrados arsênico e cantárida, um medicamento antigo obtido pela trituração de um inseto de mesmo nome. Para os estudiosos, a má administração da cantárida é a causa mais provável de uma insuficiência renal aguda e a mais provável causa da morte.
A médica Yanuacelis Cruz, chefe da Divisão de Anatomia Patológica e Forense da Coordenação Nacional de Ciências Forenses, respondeu às perguntas de Chávez sobre o aniversariante. “A origem do libertador era mestiça, com predominância caucasiana”, disse.
O presidente venezuelano também anunciou a conclusão da digitalização de todo o acervo de cartas e escritos de Simón Bolívar que vai ser disponibilizada para o público e estudiosos. Ainda será construído um mausoléu onde serão depositados os restos mortais do militar, que será aberto para visitação pública.
Fonte: Opera Mundi